Associação alerta que 500 mil pessoas em Alagoas podem ficar sem internet

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A Associação dos Provedores de Internet do Estado de Alagoas (Aspeal) alerta que mais de 500 mil pessoas em Alagoas podem ficar sem conexão e serviços prejudicados nos próximos dias. A informação foi dada durante audiência dos representantes da Associação com o delegado de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil em Alagoas, Sidney Tenório.

O risco iminente da falta dos serviços de internet existe porque os provedores têm sofrido, frequentemente, um ataque em massa de um sistema conhecido como DDoS, que é a sigla em inglês para Distributed Denial of Service, que significa “Negação de Serviço Distribuído” em português. É um tipo de ataque cibernético que consiste em sobrecarregar um servidor, rede ou site com um grande volume de tráfego malicioso, tornando-o inacessível.

Durante a audiência com o delegado Sidney Tenório, os provedores denunciaram que cerca de 70 empresas dos pequenos e médios provedores de internet em Alagoas estão sendo atacadas pelo sistema DDoS. Esses ataques geram impactos negativos na conexão dos usuários e já atingiram cerca de 100 mil residências, somente na última semana, prejudicando mais de 500 mil clientes de internet atendidos pelos provedores.

“Se forem considerados que, em média, cada casa tem ao menos 4 pessoas, podemos afirmar que mais de meio milhão de pessoas pode ser atingida nos próximos dias com a interrupção de serviços de internet no Estado”, alertou o presidente da Aspeal, Ângelo Rosa, durante a audiência.

Somente no último fim de semana, 20 empresas de provedores foram atingidas com os ataques de DDoS. “Esses ataques podem durar horas ou até mesmo dias, e foi o que aconteceu na última semana, atingindo mais de 200 mil pessoas em todo Estado”, disse Carlos André, proprietário da empresa Virtual Net e também membro da Aspeal.

“Isso tomou uma proporção muito grande, porque estão atingindo 70 empresas ao mesmo tempo nesses últimos meses. Antes era um ou outra empresa”, acrescentou o associado à Aspeal Henrique Andrade, também presente à audiência.

“Apesar de a gente ter um serviço de contenção desses ataques, isso tem afetado inclusive a nossa credibilidade no mercado junto aos clientes e prejudicado novas empresas do setor que têm chegado a Alagoas”, completou Henrique Andrade.

Investigação em curso
Na ocasião, uma das ações encaminhadas pelo delegado Sidney Tenório foi orientar o acionamento jurídico da Aspeal com todo levantamento e com um relato minucioso do que está acontecendo para dar um direcionamento de investigação.

Recentemente, em um caso de DDoS, a Europol, na Alemanha, em coordenação com forças policiais de 15 países, desmantelou 27 serviços de stresser e booter usados para realizar ataques de negação de serviço.

A operação, chamada PowerOFF, encerrou várias plataformas ilegais, que permitiam ataques contra alvos selecionados por clientes mediante pagamento. “Estamos, inclusive, contactando as autoridades responsáveis pela operação Power off, para nos juntarmos a ela”, ressaltou o presidente da Aspeal, Ângelo Rosa.

“Oriento a vocês (da Aspeal) que seja feita uma requisição de investigação com relato histórico de tudo que está acontecendo junto ao setor jurídico da Aspeal e vamos colher informações com colegas de outras instituições, como a Polícia Federal, por exemplo, que já tenham experiência em participação em trabalhos como esses no combate a ataques semelhantes, uma vez que têm características internacionais”, disse Sidney Tenório.

“Aconselho que, inclusive, protocolem essa investigação na própria Polícia Federal, uma vez que há uma espécie de internacionalização desses ataques”, completou o delegado.

Provedores associados à Aspeal são 70% do mercado em Alagoas
Os pequenos provedores de internet da banda larga em Alagoas e na capital Maceió — segundo dados fornecidos pela Associação dos Provedores do Estado de Alagoas — representam cerca de 70% do mercado de internet e é abastecido pelos pequenos e médios provedores ou chamada “Internet de bairro” que, em outras palavras, têm levado as pessoas uma espécie de “Internet para Todos”, em todos os rincões do Estado.

Esse mercado já mobiliza na economia alagoana cerca de mil empresários com mais de 20 mil funcionários e estão presentes em todos os municípios. Só em Maceió, são cerca de 500 empresários que levam a internet para as grotas, periferia, cujo “bolo” do mercado já representa aproximadamente 2 milhões de usuários.

No Estado, a grande maioria dos pequenos provedores atua com fibra óptica, fornecendo serviços como telefonia fixa, móvel e TV por assinatura, com entrega de maior velocidade de internet a um valor mais atraente que as gigantes do setor, com preço competitivo entre R$ 50 e 60, 00 em média, enquanto as maiores cobram entre R$ 100 e 150,00, com qualidade inferior.

/Assessoria

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