Festividades de final de ano aquecem comércio de bens e de serviços em Alagoas

As luzes e as decorações natalinas nos lembram que o encerramento de mais um ano se aproxima e, junto com ele, vêm as festas de confraternizações e a tradicional troca de presentes. O período movimenta o comércio de bens e de serviços, fazendo com que os empreendedores se desdobrem para atender o aumento da demanda. Celebrando o momento, o tema Final de Ano foi a escolha da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL) para ilustrar a última edição 2024 da campanha digital “Empreendimentos que enriquecem cidades”.

Recente pesquisa do Instituto Fecomércio sobre a Intenção de Consumo para este Natal estima que a data deve movimentar aproximadamente R$ 54,5 milhões na economia de Maceió. É um período que aquece os segmentos do comércio e uma tendência que vem sendo observada nos últimos anos é a escolha por itens artesanais, fomentando a chamada economia criativa. As produções englobam áreas como atividades artesanais, arquitetura, design, artes cênicas e artes visuais.

Os últimos números do Painel de Dados da Fundação Itaú (2024), divulgados em julho e baseados no quarto trimestre de 2023, indicam que o Brasil tem 7,7 milhões de trabalhadores criativos e, destes, 54.470 são alagoanos. No geral, são 107 mil empresas pelo país e o salário médio é de R$ 4,5 mil; renda considerada superior em cerca de 50% se comparada ao salário médio de R$ 3 mil da economia brasileira. Considerando estes dados, não é de se admirar que a cultura e as indústrias criativas do Brasil movimentam R$ 230,14 bilhões, o equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Ministério da Cultura (Minc).

Uma das artesãs inseridas neste universo é Fabrícia Peixoto, que transformou a habilidade com o crochê em foto de renda. As bolsas de luxo são o carro chefe de seu ateliê, mas seu talento passa por toalhas, almofadas, sousplats e o que mais a imaginação permitir na condução da linha. Com a proximidade do final de ano e pensando em incrementar as vendas, ela resolveu investir numa vontade antiga: a mandala com o Divino Espírito Santo. “É uma peça bem utilizada como lembrancinhas de nascimento e batizado e há algum tempo queria fazer. Com o negócio das bolsas crescendo e com outros projetos, fui deixando esse para trás. Mas como o movimento reduziu nos últimos meses, resolvi ter um produto com menor valor para ver aumentavam as vendas. Graças a Deus tem sido um sucesso”, afirma, acrescentando que a ideia ganhou impulso após uma conversa com uma colega crocheteira moradora de Guarujá, a qual trabalha com a peça há tempo e sabe do sucesso de vendas dela nessa época do ano.

Para Fabrícia, apesar dos produtos feitos à mão estarem em evidência, o maior entrave do artesão em Alagoas é o preconceito dos próprios alagoanos. “Infelizmente, muitos preferem desfilar por aí com peças industrializadas e de grife, ainda. A peça artesanal demanda tempo e dedicação e o artesão merece, também, ser remunerado pelo seu trabalho e pela sua criatividade. Às vezes, o que falta é essa compreensão”, lamenta. Dentro desta realidade, a crocheteira investe na divulgação de seu trabalho nas redes sociais e, sempre que possível, demonstra um pouco do processo de produção, bem como desenvolveu um catálogo com seus produtos e disponibilizou uma loja virtual. Atualmente, ela está com peças expostas na Galeria Alagoas Feito à Mão, no Mercado das Artes 31.

As mandalas, além de melhorarem a dinâmica financeira das vendas, também permitiram a redução dos custos operacionais do ateliê por meio do aproveitamento total dos novelos cujas sobras não dariam para a confecção de novas bolsas. Com o sucesso da peça, a crocheteira já pensa em novas ideias. “Sempre gostei da parte de decoração e, inclusive, iniciei a minha loja virtual com itens de decoração e mesa posta! Estou pensando em colocar em meu catálogo alguns produtos deste segmento, porém, peças pequenas e práticas de confeccionar para que eu consiga deixar em um valor mais acessível às pessoas que desejarem comprar e presentear”, planeja.

Setor de serviços também é bem demandado no período
E se os empreendedores criativos capricham para criar presentes afetivos, os prestadores de serviços correm para dar conta da demanda ampliada. Neste período do ano, lojas, bares, restaurantes, confeitarias e buffets são alguns dos empreendimentos que se desdobram para satisfazer os clientes, que aumentam com as confraternizações, transformando os últimos meses do ano na época de mais vendas para o comércio de bens e de serviços.
É o caso do Buffet Chez Marie, que soma à agenda mensal os compromissos extras que vêm junto com o final de ano, a exemplo das confraternizações de empresas públicas e privadas, de entidades sindicais e de eventos como as formaturas de ABC e dos ensinos médio e superior. “Tudo isso faz com que a gente tenha um aumento considerável na demanda do mês de dezembro. Com certeza é o período mais rentável do ano porque, geralmente, nos outros meses as nossas festas se concentram no final de semana. E no mês de dezembro, todo dia é dia de festa. De domingo a domingo se tem festas”, comemora a proprietária, Elisabete Guedes.

Com a ampliação da demanda e as personalizações das festas, pois o buffet produz cardápios temáticos para cada tipo de evento, o trabalho requer planejamento. Por isso, a logística começa a ser preparada com antecedência. “A gente já contrata, a partir de outubro, mais profissionais para casa para poder atender a demanda. Na produção, as câmaras frigoríficas que a gente tem conseguem estocar boa parte de produtos que são congelados e são retirados nos dias, a exemplo dos salgados”, ressalta. Essa programação faz com que a empresa otimize a cozinha, já que, com a produção antecipada, apenas os produtos que necessariamente precisam ser produzidos no dia são feitos.

De acordo com Elisabete, nos últimos tempos houve um aumento na procura por alimentos considerados mais saudáveis, o que fez com que o empreendimento inserisse no cardápio comidas veganas e vegetarianas. “A única coisa que a gente não pode fazer são produtos para quem é celíaco, porque a gente tem uma contaminação cruzada aqui no nosso estabelecimento em virtude da movimentação do glúten a todo momento”, explica.

A preocupação com a sustentabilidade faz parte da empresa, que durante todo ano conta com cooperativas para a coleta seletiva do material reciclado, como garrafas de refrigerante, e do descarte correto do óleo para que não polua a rede de águas pluviais. Além disso, a energia utilizada pela empresa é gerada por painéis solares.

/Assessoria

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