Isadora Noia*
O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) publicou uma nota de solidariedade, nesta sexta-feira (20), à jornalista alagoana Géssika Costa, que sofreu ataques misóginos nas redes sociais proferidos pelo radialista Rodrigo Veridiano.
Nos comentários de uma publicação no Instagram, Géssika fez uma crítica relacionada ao afundamento dos bairros afetados pela Braskem. Indignado, Veridiano respondeu com uma série de ofensas misóginas, direcionadas à jornalista.
“Fiz uma crítica à gestão da chamada ‘cidade iluminada’, e o jornalista, radialista, professor de humanas, historiador e católico Rodrigo Veridiano respondeu com uma atitude inadmissível: violência de gênero, falta de educação e ausência completa de argumentos. Incapaz de interpretar uma frase, ele retrucou de forma baixa e carregada de misoginia”, desabafou Géssika em seu perfil na rede social.
“Afundar o pepino em vc” foi uma das ofensas feitas por Rodrigo, além de diversos xingamentos. Após a repercussão, o comentário foi apagado.
“Géssika é jornalista, premiada, liderança no movimento negro e na luta das mulheres e fez críticas ao afundamento dos bairros em Maceió. Como resposta, Veridiano demonstrou o tamanho do mal causado naqueles que ficam isolados em suas próprias bolhas. Palavras lamentáveis e que não condizem com a conduta de um comunicador nem se esperam de nenhum profissional”, afirma o Sindjornal em nota.
Confira a nota na íntegra:
“O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas vem manifestar solidariedade e apoio a jornalista Géssika Costa, vítima de ataques misóginos nas redes sociais proferidas pelo radialista Rodrigo Veridiano. Infelizmente, a falta de argumentos revela uma faceta de preconceito que merece todo o nosso repúdio como categoria e como seres humanos.
Géssika é jornalista, premiada, liderança no movimento negro e na luta das mulheres e fez críticas ao afundamento dos bairros em Maceió. Como resposta, Veridiano demonstrou o tamanho do mal causado naqueles que ficam isolados em suas próprias bolhas. Palavras lamentáveis e que não condizem com a conduta de um comunicador nem se esperam de nenhum profissional.
O Sindjornal ressalta que a jornalista se manifestou em uma publicação nas redes sociais, exercendo o seu direito de cidadã, de jornalista e respeitando os limites da liberdade de expressão, o que motivou o ataque gratuito.
As redes sociais não podem e nem devem servir de palco para promoção de qualquer tipo de violência. O bom debate com conteúdo e argumentos é salutar para resolução de problemas que envolvem a nossa sociedade. E a imprensa está apta para promover esse tipo de discussão.
O Sindjornal tem combatido há anos os ataques nas redes. Um tipo de postura que nada agrega e que, na verdade, muito revela sobre aqueles que dizem defender uma sociedade mais justa, e neste caso empunhando os microfones da imprensa.
Vamos seguir firmes ao lado dos jornalistas.”
/Estagiária sob supervisão