Presidente da Associação dos Autistas de Alagoas alerta sobre o uso de fogos de artifício no réveillon

Foto: Reprodução

Redação

O repórter Malison Franlin realizou nesta segunda-feira (30), uma entrevista para o Jornal da Manhã em parceria com a Folha de Alagoas, sobre o impacto dos fogos de artifício em pessoas com espectro autista.

Em Alagoas, a deputada estadual, Cibele Moura (MDB), criou um projeto de lei para combater os transtornos causados pelo barulho dos fogos de artifício em todo estado.

A lei 9.146/2024 que proíbe a queima e a soltura de fogos com estampido foi sancionada pelo governador do estado, Paulo Dantas, em 2024, e apesar de estar em fase de ajustes, já pode ser aplicada.

Segundo a legislação, ela terá sua vigência a partir de 2026, prazo dado para que o comércio de fogos de artifício se adeque aos critérios estabelecidos na lei.

Com a aproximação da queima de fogos de ano novo, Katiúcia Vieira, presidente da Associação dos Autistas de Alagoas e Terapeuta Ocupacional alertou:

“Na verdade, a gente espera uma sensibilização. A lei está em período de ajuste para quem comercializa os fogos com estampido. A partir de 2026, a lei será completamente exigida, 100% em sua integralidade. Agora, está prevista essa fase de adaptação, então a comercialização ainda não está completamente proibida.”

Por ser uma lei muito recente, ela destacou a falta de divulgação sobre a importância que essa medida tem e as consequências do que pode ocorrer no descumprimento.

“Muitas pessoas ainda podem comprar, inclusive turistas que vêm para cá, muitas vezes sem saber da legislação. O que esperamos é essa sensibilização porque muitos autistas têm uma hipersensibilidade auditiva muito grande ao ruído, e os fogos com estampido provocam crises. Há casos de autistas que se agridem, se batem, se mordem e entram em crises que podem levar semanas para se recuperar, afetando toda a família.” informou Katiúcia.

Questionada se é contra a realização do evento, ela informou que não se opôs e afirmou reconhecer a importância cultural que possui para os cidadãos, mas reconhece a necessidade de ajustes.

“Eu também sou autista, tenho dois filhos e dois sobrinhos autistas. Nós adoramos a beleza dos fogos, mas pedimos por sensibilização para que não haja a comercialização ou o uso dos fogos com estampido. Além dos autistas, isso afeta animais, pessoas hospitalizadas, crianças prematuras em UTIs, idosos em home care, entre outros.” disse a presidente.

Katiúcia espera da prefeitura de Maceió o cumprimento da lei e também alertada para a comercialização de fogos de artifício para civis no interior do estado.

“Nos interiores existe essa cultura de que beleza na soltura dos fogos está atrelada ao barulho, mas isso não é necessário. Pedimos que as pessoas tenham mais empatia, não só pelos autistas, mas por todos os grupos afetados, como idosos e hospitalizados.”

Confira entrevista completa:

 

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