Moradores e empresários de Feliz Deserto entraram com representação no Ministério Público Federal (MPF), denunciando a empresa Geomineração Exploração Mineral, por exploração predatória de areia no município. A areia de praia vem sendo retirada e vendida à Braskem para tamponar as minas de salgema desativadas, em Maceió.
Na representação, os denunciantes pedem a suspensão imediata da retirada de areia em Feliz Deserto, e
investigação sobre os danos ambientais e sociais decorrentes da exploração predatória. A população quer a recuperação desses danos, e a necessária compensação ambiental.
A formação de grandes lagos (crateras formadas nos pontos onde é retirada areia) às margens da AL 101 Sul, com risco de proliferação de doenças como Dengue e Chikungunya; rachaduras causadas pelas vibrações das máquinas de extração e pelo tráfego de veículos transportando areia, nas residências próximas às áreas de extração e a deterioração das vias de acesso ao município, devido ao tráfego constante de caminhões carregados, 24 horas por dia, estão entre os danos apontados.
Um comerciante local estimou em 600 mil/m3, ou 1.700 toneladas, a quantidaproporções foi registrado nesse sábado (8), em um apartamento do Edifício Valparaiso, na Avenida Dr. José Sampaio Luz, no bairro da Ponta Verde, parte baixa de Maceió. O fogo ocorreu em um quarto do de de areia retirada de Feliz Deserto. Segundo essa fonte, caminhões-caçambas fazem cerca de 720 viagens por mês.
Os denunciantes pedem que as Defesas Civis Municipal e Estadual avaliem os riscos à segurança da população, e que seja acionado o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para avaliação dos impactos ambientais e geológicos.
OUTRO LADO
Em nota, a Geomineração disse que opera com todas as licenças ambientais exigidas, concedidas pelos órgãos competentes, e é regularmente fiscalizada por instituições como IBAMA, Agência Nacional de Mineração (ANM) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
“Em fiscalizações recentes desses órgãos, nenhuma irregularidade foi constatada, comprovando a plena conformidade da empresa com a legislação vigente”, afirmou a empresa.
NOTA DE REPÚDIO
Em resposta à Nota de Esclarecimento da Geomineração, os moradores, empreendedores de Feliz Deserto, afetados pela exploração predatória de areia, e as entidades signatárias da denúncia formalizada ao MPF/AL, manifestam seu repúdio à tentativa de minimizar e desqualificar as questões técnicas levantadas sobre os impactos ambientais e sociais de suas operações em Feliz Deserto.
/Por Tribuna Independente