Redação*
A Polícia Civil de Alagoas está investigando, a partir deste mês de fevereiro, após pedido do Ministério Público Estadual, possível fraude no pedido de recuperação judicial da TV Gazeta, afiliada da Globo em Alagoas e que pertence ao ex-presidente e ex-senador Fernando Collor.
Com dívidas milionárias e centenas de credores, a emissora está em recuperação judicial desde 2019, mas é acusada de uma série de irregularidades no trâmite.
A suspeita é de que a recuperação judicial da TV Gazeta pode estar sendo usada como estratégia para evitar pagamentos, o que configuraria um calote para antigos funcionários.
Segundo informações, já foram ouvidas cinco testemunhas, entre credores e ex-funcionários da TV Gazeta, que estão em uma briga para receber direitos trabalhistas e salários atrasados.
Um dos nomes ouvidos foi o credor que conseguiu, na Justiça, a penhora das cotas do comando da TV Gazeta de Fernando Collor, em caso trazido pela coluna no início do mês.
O credor alega que, mesmo com a condenação, a TV Gazeta não fez qualquer pagamento. Existe a chance de profissionais da Globo serem intimados a depor no caso.
Em outubro de 2023, a Globo comunicou à TV Gazeta que não renovaria o vínculo, por causa de escândalos envolvendo a TV de Alagoas nos últimos anos.
Entre eles, está o uso da afiliada, por parte de Collor, para receber propina em um esquema de corrupção. Collor foi condenado a oito anos de prisão no STF em julho devido ao caso.
No início de novembro do mesmo ano, a TV Gazeta entrou com um pedido judicial para que a Globo não finalizasse o contrato de afiliação. Segundo o canal, sem ter o aporte da maior emissora do país, a empresa não vai conseguir cumprir acordos para pagamento de dívidas.
A empresa carioca alega que a TV Gazeta segue com dívidas gigantes. Em duas decisões em que analisou a situação, o Tribunal de Justiça de Alagoas concordou com a TV de Collor e concedeu decisões desfavoráveis à Globo. A empresa da família Marinho já levou o caso ao STF.
Vale ressaltar que a Globo já tem um acordo verbal com o Grupo Asa Branca de Comunicação, dono da TV Asa Branca, sua parceira no interior de Pernambuco, para substituir a TV Gazeta assim que for permitido pelo Judiciário.
/com Agência