Lula defende multilateralismo com líderes da Espanha e da África do Sul

Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e o chefe de governo da Espanha, Pedro Sánchez, publicaram nesta quinta-feira (6) um artigo conjunto em defesa do multilateralismo. No texto, reproduzindo no jornal O Globo, os líderes destacam que “nunca houve tanta necessidade de diálogo e cooperação global” e pedem ações coordenadas para enfrentar desafios como desigualdade, crise climática e dificuldades de financiamento para países em desenvolvimento.

Os presidentes destacam três eventos internacionais apontados como cruciais neste ano: a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4), em Sevilha; a COP30, em Belém (PA); e a Cúpula do G20, em Joanesburgo. “Essas reuniões não podem ser apenas mais do mesmo. Precisam entregar progressos reais”, afirmam.

O artigo destaca a crescente desigualdade econômica global e a necessidade de uma reforma na estrutura financeira internacional. “Muitos países em desenvolvimento sofrem com o peso insustentável de dívidas, espaços limitados de ação fiscal e barreiras que dificultam o acesso justo ao capital”, dizem. Eles cobram avanços no alívio da dívida e mecanismos financeiros inovadores para reduzir custos e ampliar investimentos em setores essenciais.

Compromissos climáticos precisam sair do papel

Sobre a questão climática, os líderes afirmam que é preciso garantir que promessas de financiamento sejam convertidas em ações concretas. “Na COP30, em Belém, uma cúpula realizada no coração da Amazônia, será preciso assegurar que nossos compromissos de financiamento climático sejam traduzidos em ações concretas”, escrevem. O texto cita a necessidade de ampliar investimentos privados e o papel dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento para viabilizar a transição para uma economia de baixo carbono.

Os líderes também defendem um esforço global para enfrentar ameaças comuns e reduzir divisões internacionais. “O mundo está cada vez mais fragmentado, e é exatamente por essa razão que devemos redobrar os esforços para encontrar uma base comum”, afirmam. Eles reforçam que os encontros deste ano devem demonstrar que “as nações são capazes de se unir em torno de interesses comuns”.

Chamado à cooperação global

Na conclusão, os três presidentes fazem um apelo para que governos, setor privado e instituições internacionais assumam um compromisso real com o multilateralismo. “O multilateralismo é capaz e precisa gerar resultados porque os riscos são muito altos para permitirmos o fracasso”, finalizam.

/Congresso em Foco

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