Redação
A Polícia Civil de Alagoas marcou, para o dia 15 de julho, a reconstituição da abordagem policial que ceifou a vida do adolescente Gabriel Lincoln, de 16 anos, em Palmeira dos Índios, em fato ocorrido no dia 3 de maio.
A reprodução simulada é parte importante da investigação que pode auxiliar a esclarecer o fato. Uma comissão de delegados está à frente do caso, que gerou repercussão e revolta na cidade pela possível desproporção na ação da Polícia Militar.
De acordo com o delegado João Paulo, responsável pela investigação, a reconstituição representa uma etapa essencial do inquérito, pois permitirá esclarecer pontos controversos e confrontar as diferentes versões apresentadas até o momento.
“Em cerca de um mês e meio de trabalho intenso, realizamos diversas diligências, incluindo mais de quinze oitivas, entre elas os depoimentos dos militares envolvidos na ocorrência”, informou o delegado.
Os militares envolvidos na operação alegam que Gabriel estava pilotando uma moto, desobedeceu a uma ordem de parada e puxou uma arma de fogo. Nisso, a corporação revidou e matou o adolescente como legítima defesa.
Por outro lado, a família da vítima defende que Gabriel se assustou com a presença da polícia, e os agentes o mataram porque quiseram e, depois, plantaram um revólver na cena do fato para justificar o homicídio, porque seria impossível ele pilotar em alta velocidade e ainda atirar.
O caso se assemelharia ao de Marcelo Leite, em Arapiraca, morto vítima da truculência da PM numa tentativa de abordagem. Entre testemunhas e envolvidos, 15 pessoas ao todo já foram ouvidas. Com a reconstituição e a conclusão dos laudos periciais, o inquérito deve ser finalizado.