Após 50 dias, tarifas dos EUA ainda incidem em 73% das exportações brasileiras

foto: AFP

Mesmo com uma lista de exceções anunciada em agosto pela representação comercial dos Estados Unidos, a USTR, as tarifas adicionais aplicadas pelo governo do presidente Donald Trump ainda incidem sobre 73,8% das exportações brasileiras ao país. O levantamento foi conduzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e aponta que 6.033 itens, de diferentes setores, seguem sobretaxados.

De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (26), cerca de 77,8% das exportações ainda sofriam taxação adicional antes das isenções serem aplicadas. Após uma nova atualização, por meio do anexo de exceções da Ordem Executiva 14.257 do governo norte-americano, 39 produtos foram isentos do tarifaço, como minerais críticos, químicos industriais e metais preciosos e de base.

Dos 39 itens, 13 foram exportados pelo Brasil em 2024 e somaram aproximadamente US$ 1,7 bilhão no período, o que representa 4,1% do total de produtos vendidos para os Estados Unidos. Nessa lista de 13, apenas três produtos passam a ser isentos de tarifas adicionais: dois tipos de pastas químicas de madeira conífera e não conífera e ferroníquel, que respondem a 4% do total exportado aos Estados Unidos.

Já os outros 10 produtos, que antes estavam sujeitos à tarifa de 50%, ainda permanecem sob taxação adicional de 40%, de acordo com a Ordem Executiva 14.323, e respondem por 0,1% do total exportado ao país. Dentre os materiais incluídos, destacam-se artigos de metais preciosos, níquel, ímãs permanentes, artigos de ouro e grafite natural.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, avalia que uma parcela altíssima das exportações brasileiras ainda é afetada pelo tarifaço e que o cenário reforça a urgência pela negociação. “Vemos com entusiasmo a sinalização de uma reunião entre Lula e Trump na próxima semana e esperamos que seja o início de uma negociação oficial para reverter esse cenário. A situação que temos hoje não beneficia ninguém”, destaca.

 

 

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