Os deputados federais já custaram R$ 7,8 milhões aos cofres públicos com viagens dentro e fora do país, em 2025. O levantamento é do jornalista Lúcio Vaz, conhecido pelo trabalho de fiscalização dos gastos do Congresso Nacional.
Os valores representam mais que o dobro do total registrado em 2024. Entre os nomes citados está o ex-presidente da Câmara e deputado alagoano Arthur Lira (PP-AL), que teve uma passagem aérea de R$ 67 mil para Nova York cancelada antes do embarque.
Arthur Lira, que presidiu a Câmara até o início deste ano, havia adquirido bilhetes em classe executiva para participar de eventos empresariais e encontros com investidores na cidade americana. A viagem foi cancelada “por motivo justificado, mas não divulgado”, segundo registros oficiais. A Câmara informou que o bilhete poderá ser reutilizado dentro de um ano.
Vale ressaltar que o relatório também mostra que os gastos com deslocamentos cresceram em ritmo acelerado durante a gestão do atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Os dados apontam que até outubro, foram R$ 5,4 milhões em viagens custeadas diretamente pela instituição, além de R$ 2,4 milhões em voos oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) usados por Motta e por seu vice, Altineu Côrtes (PL-RJ).
Entre os principais destinos, o Fórum Jurídico de Lisboa – organizado pela Faculdade de Direito de Lisboa em parceria com o ministro do STF Gilmar Mendes – consumiu quase R$ 500 mil. As viagens a Nova York somaram R$ 446 mil, enquanto missões oficiais para Singapura e Uzbequistão ultrapassaram R$ 500 mil no total.
O levantamento destaca ainda que presidentes da Câmara, de comissões e membros da Mesa Diretora têm direito a viajar em classe executiva. Os demais parlamentares também podem fazê-lo, desde que paguem a diferença com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) – verba pública destinada a custear despesas relacionadas ao mandato.