Lula lamenta morte do ex-deputado Paulo Frateschi, assassinado pelo filho

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O presidente Lula lamentou a morte do ex-deputado estadual Paulo Frateschi, um dos fundadores do PT, que foi esfaqueado pelo próprio filho em São Paulo. Frateschi tinha 75 anos e chegou a ser socorrido ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.

Em uma publicação nas redes sociais nessa quinta-feira (6), Lula disse estar “com o coração partido” e afirmou que o ex-parlamentar “fará muita falta”.

Histórico de militância e resistência

Militante histórico da esquerda brasileira, Paulo Frateschi participou da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo de resistência à ditadura militar. Em 1969, foi preso e torturado por agentes do regime. Sua libertação, ocorrida no saguão do jornal Folha de S. Paulo, tornou-se um símbolo da repressão e da luta pela redemocratização do país.

No PT, Frateschi teve papel de destaque desde a fundação do partido, no início dos anos 1980. Foi presidente do diretório estadual paulista, deputado estadual e secretário de Relações Governamentais nas gestões petistas de Marta Suplicy (2001-2004) e Fernando Haddad (2014) na Prefeitura de São Paulo.

A bancada do PT na Câmara dos Deputados divulgou nota oficial lamentando a morte do ex-dirigente: “A Bancada do PT na Câmara dos Deputados manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do companheiro Paulo Frateschi (…). Professor, Frateschi teve uma trajetória marcada pela resistência à ditadura militar e pela incansável defesa de um Brasil soberano, mais justo e democrático”.

Tragédias pessoais e o crime

A vida de Frateschi também foi marcada por tragédias familiares. Nos anos 2000, ele perdeu dois filhos em acidentes de trânsito. Em 2002, o filho mais novo, Pedro, de 7 anos, morreu na Rodovia Carvalho Pinto. Um ano depois, em 2003, o adolescente Júlio, de 16 anos, morreu após um acidente na Rio-Santos, em Paraty (RJ).

Na quinta-feira, o ex-deputado foi atacado dentro de casa, na Lapa, zona oeste da capital paulista. Segundo a Polícia Militar, o filho de 34 anos teve um surto psicótico e golpeou o pai com uma faca, atingindo-o na cabeça e no braço. A mãe e a irmã, que tentaram intervir, sofreram ferimentos leves. O agressor foi detido e levado ao 91º Distrito Policial, onde o caso é investigado.

Em nota, o Partido dos Trabalhadores também lamentou a morte do ex-presidente do diretório paulista: “Durante toda a sua trajetória, nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso com o PT e com a busca por um país mais justo. Paulo Frateschi deixa um legado marcado pela luta pela justiça e pela inclusão. Ele permanecerá vivo em nossos corações e nas ações que ajudou a inspirar.”

Líderes petistas e ex-companheiros de militância manifestaram pesar nas redes sociais, destacando a dedicação do ex-deputado à construção do partido e sua atuação pela democracia e pelos direitos sociais. O corpo de Paulo Frateschi será velado nesta sexta-feira na Assembleia Legislativa de São Paulo.

/Congresso em Foco

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