Redação
A Polícia Militar informou que a médica Nadia Tamyres, presa neste domingo (16) por matar a tiros o ex-marido, o também médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, de 42 anos, já havia confidenciado a pessoas próximas que, caso perdesse a guarda da filha, mataria a criança e depois tiraria a própria vida.
Vale ressaltar que o crime aconteceu em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, e foi registrado por câmeras de segurança. A suspeita foi localizada e detida horas depois.
A PM ainda ressaltou que a disputa judicial pela guarda da criança se intensificou na última semana, quando uma audiência determinou que Alan poderia visitar a filha uma vez por semana. A decisão teria deixado Nadia “irresignada”, conforme o informe oficial.
Após o homicídio, os militares realizaram buscas para localizar a criança, que estava sob os cuidados da avó materna. Após o ocorrido, o conselho Tutelar e Judiciário foram acionados, e a guarda provisória foi mantida com a avó.
OUTRAS CAMADAS
Antes do crime, Nadia vinha relatando ameaças e afirmava que enfrentava uma situação de risco. Ela contou que denunciou Alan há cerca de um ano e meio por abuso contra a filha do casal, e que, desde então, teria passado a receber ameaças do ex-marido. Segundo a médica, a Justiça havia concedido medida protetiva que impedia Alan de se aproximar dela a menos de 300 metros.
A médica ainda relatou que, na tarde do crime, o carro de Alan parou próximo à casa onde mora e acreditou estar diante de uma emboscada. “Eu fiquei com medo de quando passar ser morta. Fiquei com muito medo, pois achei que eles teriam feito uma emboscada para mim”, afirmou. Ela disse possuir porte de arma desde 2020.
Nadia também declarou que a denúncia de abuso partiu após sinais observados pela escola e por funcionárias da casa. “Mais ou menos um ano e meio atrás fiz a denúncia de abuso de vulnerável que minha filha sofreu. Eu fui casada há 22 anos com essa mesma pessoa, desde os meus 15 anos de idade. Quando flagrei e a escola percebeu, as funcionárias da casa perceberam, eu vi que minha filha estava pedindo socorro. Tomei coragem de fazer a denúncia”, disse.
A médica afirmou ainda que Alan teria usado o próprio primo, que, segundo ela, já cumpriu pena no sistema prisional, para intimidá-la. “Ele ficou me ameaçando com o primo dele, pois é ex-presidiário. Ele disse que o primo ia me pegar caso fosse preso. Me cederam também a medida protetiva contra o primo dele”, declarou.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que deve analisar as circunstâncias do homicídio, os relatos apresentados e o histórico de conflitos entre o ex-casal.
