Polícia Civil deflagra operação e prende agiota na Ponta Verde

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A Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (27), nas cidades de Maceió e Palmeira dos Índios, a Operação Juros de Sangue, destinada a desarticular um grupo envolvido em extorsão, usura pecuniária e lavagem de dinheiro no interior do estado. O alvo da operação foi preso em prédio localizado no bairro Ponta Verde, em Maceió.

O Efetivo investigativo e operacional utilizado pela PCAL contou com as equipes da 5ªDRP, Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol), Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), GEAI, DRACCO E SAER.

A ação que está sendo comandada pelo delegado Rodrigo Temoteo, e coordenada pelo delegado Bruno Tavares, titular do Setor de Planejamento Operacional da PCAL, é resultado de uma investigação que apurou um esquema criminoso mantido por aproximadamente um ano e meio, entre o final de 2023 e julho de 2025. O caso teve início após a vítima principal contrair empréstimos informais no valor de R$ 20 mil. Com o passar do tempo, o principal investigado, de 56 anos, passou a impor cobranças abusivas e reajustes unilaterais, elevando o débito a patamares superiores a 100% do valor original e levando a vítima a pagar mais de R$ 45 mil ao longo do período.

O comportamento ilícito evoluiu para extorsão continuada, com ameaças reiteradas, perseguição, coação para contração de novos empréstimos e intimidações envolvendo eventual perda do emprego da vítima. Em mensagens enviadas por aplicativo, o investigado chegou a alegar falsamente ter conversado com autoridades, numa tentativa de aumentar a pressão.

A situação se agravou quando, durante a madrugada, um indivíduo invadiu a residência da vítima, afirmando estar armado e causando danos a dois veículos da família. Na fuga, utilizou um automóvel que, segundo a investigação, era de uso fático do principal suspeito. O prejuízo material estimado ultrapassa R$ 90 mil, sem contabilizar danos morais.

Ainda, no curso das apurações, também foi identificado um esquema de lavagem de capitais, com o principal suspeito utilizando contas de terceiros — sobretudo familiares — para receber valores provenientes das extorsões. Foram constatadas práticas de blindagem patrimonial, com registro de veículos e bens em nomes de terceiros (novamente familiares), além de movimentações financeiras atípicas que reforçam a suspeita de ocultação de patrimônio.

Foram cumpridos 10 mandados judiciais. Os cumprimentos foram executados em Palmeira dos Índios e Maceió, as determinações judiciais foram:

* 1 mandado de prisão preventiva
* 6 mandados de busca e apreensão residencial em endereços vinculados aos investigados.
* 3 mandados de busca e apreensão de veículos, totalizando cerca de R$ 560 mil em automóveis apreendidos.
* Indisponibilidade de valores, alcançando R$ 331.080,00 reais.

A constrição patrimonial total se aproxima de R$ 890 mil, valor que permanecerá resguardado para garantir o futuro ressarcimento da vítima e o perdimento de bens provenientes da atividade criminosa.

A Polícia Civil de Alagoas reafirma seu compromisso no combate à extorsão, agiotagem e lavagem de capitais, práticas que afetam diretamente a segurança e a economia das comunidades do interior do estado.

/Ascom PC-AL

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