3I/Atlas: cientistas descartam sinais alienígenas em cometa interestelar

Os cientistas bateram o martelo: o 3I/ Atlas, definitivamente, é um objeto natural. Uma análise minuciosa feita com o Telescópio Green Bank, nos Estados Unidos, cobrindo frequências entre 1 e 12 giga-hertz, não encontrou sinais artificiais no objeto, reforçando a hipótese de que se trata de um cometa natural vindo de fora do Sistema Solar. A busca ocorreu em 18 de dezembro de 2025, um dia antes da maior aproximação do cometa em relação à Terra.

Para evitar confusão com sinais produzidos na Terra ou em órbita, os pesquisadores do programa Breakthrough Listen alternaram o apontamento do telescópio entre o objeto e outras regiões do céu. E, em nenhuma das observações feitas, os cientistas encontraram possíveis tecnoassinaturas, que são sinais de rádio que poderiam indicar o uso de tecnologia não humana. O rádio é escolhido porque atravessa grandes distâncias no espaço com pouca perda, sendo um meio eficiente de comunicação, como demonstram as sondas espaciais humanas.

O objeto 3I/Atlas, também identificado como C/2025 N1, é o terceiro corpo interestelar já observado atravessando o Sistema Solar. Ele foi detectado em 1º de julho de 2025 pelo sistema Atlas, que monitora objetos próximos da Terra. Diferentemente do primeiro visitante interestelar conhecido, o Oumuamua, o 3I/Atlas apresenta características típicas de um cometa, como uma nuvem de poeira e gás ao redor do núcleo.

O que os dados revelaram
A escolha do momento de análise do 3I/Atlas foi estratégica e cuidadosamente calculada. As observações ocorreram entre 4h15 e 9h15 no Tempo Universal (UT) de 18 de dezembro de 2025, aproximadamente um dia antes do perigeu do objeto, ou seja, a máxima aproximação da Terra. Naquele momento, o 3I/Atlas estava a cerca de 1,8 unidade astronômica (UA) de distância, o equivalente a aproximadamente 270 milhões de quilômetros.

O processamento inicial dos dados do Telescópio Green Bank, com 100m de diâmetro, apontou 471.198 sinais candidatos. Após filtros e análises detalhadas, apenas nove eventos permaneceram, todos classificados como interferência de radiofrequência, isto é, ruído gerado por tecnologias humanas na órbita da Terra. Nenhuma emissão de rádio, no entanto, pôde ser atribuída de forma confiável ao 3I/Atlas.

A sensibilidade da análise permitiria detectar transmissores com potência a partir de 0,1 watt na localização do objeto. Para comparação, um telefone celular comum opera com cerca de 1 watt. Mesmo com esse alcance, não foram encontrados sinais artificiais detectáveis.

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