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‘Trump descartou Bolsonaro porque não suporta perdedores’, diz ex-embaixador dos EUA

Imagem: Reprodução

Por Redação

O ex-embaixador dos Estados Unidos no Panamá, John Feeley, afirmou em entrevista à BBC News Brasil que o recuo do governo americano nas ações adotadas contra o Brasil está mais ligado ao comportamento do presidente Donald Trump e a uma mudança na forma como ele passou a enxergar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o diplomata, após a prisão de Jair Bolsonaro, Trump passou a vê-lo como uma figura politicamente derrotada e deixou de demonstrar interesse em defendê-lo.

“Assim que Bolsonaro perdeu, ou seja, assim que foi condenado e preso, Donald Trump o viu como um perdedor, e se há algo que Donald Trump não tolera são perdedores”, afirma.

Feeley avalia ainda que o presidente americano nunca teve grande envolvimento com a política brasileira.

“Não acho que Donald Trump saiba muito sobre Bolsonaro. Posso quase garantir que ele não acorda todos os dias pensando no Brasil. E assim que Bolsonaro deixou de ser uma referência na política brasileira e o Estado de Direito e a justiça democrática prevaleceram no Brasil, Donald Trump simplesmente o descartou.”

O ex-embaixador também classificou Trump como imprevisível e “narcisista”, características que, segundo ele, dificultam qualquer tipo de negociação. Por isso, afirma que o desfecho das tratativas entre Brasil e Estados Unidos foi uma questão de sorte.

“Acho que Lula, francamente, teve sorte”, diz. “E eu encorajaria tanto Lula quanto praticamente qualquer líder a se manterem fora da órbita de Trump, na medida do possível.”

Para Feeley, a reação inicial do governo dos EUA foi impulsionada pela atuação de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, junto a autoridades americanas.

“Acho que a reação inicial dos Estados Unidos, ou da administração Trump, ao julgamento de Bolsonaro foi resultado direto do lobby de Eduardo Bolsonaro, seu filho, em Washington”, avalia.

O ex-embaixador deixou o governo dos EUA em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, por discordar das decisões do republicano. Atualmente, atua como diretor executivo do Centro para a Integridade da Mídia das Américas (CMIA, na sigla em inglês).

/com informações da BBC News

 

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