Com dividendo recorde da Petrobras, Governo engorda o caixa em 2022

Agências

O debate sobre a distribuição e uso dos dividendos da Petrobras engrossou no final da semana passada, quando a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, classificou a distribuição de lucros como “sangria”.

Nas contas da plataforma TradeMap, a petroleira distribuirá R$ 217 bilhões em dividendos até o final de 2022, e caberá ao governo, como maior acionista da Petrobras, a fatia de R$ 62 bilhões apenas neste ano.

O valor é maior do que todos os dividendos que a União recebeu da empresa no período de 2010 a 2021. Uma vez que a “chave do cofre” ainda está com o atual governo, comandado por Jair Bolsonaro, fica claro o motivo da disputa pela cifra bilionária – ainda mais tendo em vista os desafios fiscais que surgem para a equipe econômica de Lula, presidente eleito, no horizonte de 2023.

Embora os dividendos de 2022 representem um recorde, já faz certo tempo que a Petrobras assumiu o papel de fonte de recursos para o governo federal.

Ainda de acordo com os números do TradeMap, a petroleira distribuiu R$ 8 bilhões aos acionistas em 2019, R$ 6,6 bilhões em 2020 e R$ 72 bilhões no ano passado. Desse total, de R$ 87 bilhões, o governo federal ficou com R$ 25 bilhões.

Ainda que a União esteja proibida, por lei, de utilizar esses recursos para custear subsídios ou outros incentivos, a bolada dos dividendos ajudou a amortizar a dívida pública federal.

No final das contas, trata-se apenas de uma questão de remanejo de orçamento, e por isso, o bom momento da Petrobras foi um fator essencial para “engordar o caixa” do governo.

Metrópoles

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