Avenida Fernandes Lima pode ter o nome mudado por questões históricas

Assessoria/Arquivo

Redação

O Ministério Público de Alagoas (MP/AL) instaurou um procedimento para verificar a legalidade de nomeação da Avenida Fernandes Lima. A medida se baseia na proteção de direitos humanos, já que o político Fernandes Lima (1868-1938) é apontado como um dos principais responsáveis pela ‘Quebra de Xangô de 1912’, considerado um dos mais violentos episódios de intolerância religiosa do Brasil.

Portanto, para o MP, não é cabível que um Estado que reconheceu tal episódio como vergonhoso tenha na principal avenida da capital uma homenagem a Fernandes Lima. O órgão ministerial deve recomendar a mudança à Prefeitura e à Câmara de Maceió. A portaria é assinada pelos promotores de Justiça Lucas Carneiro, Dalva Tenório e Karla Padilha.

Nas considerações, o Ministério Público cita, entre vários motivos, que a nomeação de espaços públicos não se trata de mero ato administrativo, mas também envolve aspectos sensíveis da memória coletiva, inseridos no âmbito do patrimônio social e cultural e, portanto, assume um protagonismo na (re)construção do passado.

Em 2012, no centenário do lamentável episódio, o então governador Teotônio Vilela reconheceu oficialmente o massacre e assinou pedido institucional de perdão a toda a sociedade alagoana, em especial àquelas pessoas das religiões de matriz africana.

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