Leonardo Ferreira
Prepare o bolso! Desde ontem, 28 de maio, os residentes em Alagoas – 1,3 milhão de consumidores – passaram a ter mais uma preocupação para fechar as contas do mês: o aumento na tarifa de energia elétrica. O reajuste faz o segundo menor estado brasileiro acumular a quarta maior taxa do país.
É que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o reajuste tarifário da Equatorial Alagoas referente a 2023. Foi de 14,57% para consumo residencial, 15,05% para baixa tensão e 24,19% para alta tensão, como indústrias. A média, portanto, fica na casa de 17%.
Na aprovação do reajuste, a Aneel explicou que os valores foram impactados, especialmente, pelas despesas relacionadas aos componentes financeiros, além de custos com encargos setoriais e o próprio custo de energia.
Quem já está preocupada com as faturas a partir do mês de junho é a moradora do Tabuleiro do Martins, Ana Lúcia. “É um absurdo, mas já estamos acostumados com esse aumento todo ano. O que podemos fazer? Espero que não suba muito na prática, senão vai ficar mais complicado”.
Impacto
Para entender qual o efeito desse reajuste na economia alagoana, a reportagem da Folha ouviu o economista Jarpa Aramis. Ele ressaltou que tal medida já era esperada, pois, com a pandemia, houve retenção dos aumentos e concessão de benefícios como contrapartida às empresas.
“Está acontecendo aquilo que ficou represado: os reajustes que convencionalmente, por meio de contrato, as empresas têm direito e, principalmente, as revisões tarifárias, pois são coisas diferentes”, explicou Aramis.
Do ponto de vista das famílias, Jarpa disse que a inflação está desacelerando nos preços livres, mas os preços administrados – como a energia elétrica – vêm puxando a inflação para cima.
“Evidentemente o impacto vai recair de uma maneira muito forte sobre as famílias de baixa renda, nas quais o orçamento é apertado e, em muitos casos, o limite já estourou faz tempo. E isso vai causar desequilíbrio nas contas das famílias”, completou o economista.
