O presidente Lula (PT) e o deputado alagoano Arthur Lira (PP) tiveram um encontro reservado na noite de ontem (16), na residência oficial da Câmara dos Deputados, para tentar avançar na reforma ministerial voltada a ampliar a base de apoio do governo no Congresso, mas ainda não há uma definição.
Detalhes da ocasião foram contados à imprensa por três fontes. Uma delas disse que a discussão entre ambos levou a um acordo inicial de que o PP poderá assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, uma das pastas que estavam na lista do partido. O ministro seria o deputado André Fufuca (PP-MA).
A pasta tinha entrado nas negociações anteriormente, mas ficou momentaneamente de fora das conversas por pressão de políticos petistas. Atualmente, o Desenvolvimento Social é comandado por Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí. O PP também ficaria com a presidência da Caixa Econômica Federal.
Já o Republicanos, com o deputado Silvio Costa Filho (PE), ficaria com Portos e Aeroportos, hoje com Márcio França, do PSB. Esse foi um desenho pedido por Lira e Lula teria concordado em conversar com sua equipe para dar uma resposta final, de acordo com essa fonte.
A expectativa no Palácio do Planalto e no Congresso era de que a mini reforma ministerial pudesse ser anunciada até sexta-feira (18), já que na semana que vem Lula estará de novo fora do país, para participar do encontro do Brics, na África do Sul.
Um das dificuldades de se chegar a um acordo é a distância entre o que o centrão quer e o que o presidente está disposto a ceder. Os partidos pretendem acesso a pastas que tenham poder de receber valores significativos em emendas, para turbinar o orçamento, e ainda que tenham alcance regional.
No entanto, Lula resistia a entregar ministérios que são considerados centrais para o governo. Ceder o Desenvolvimento Social sem o Bolsa Família resolveria parte do problema.
O presidente chegou a analisar a recriação do Ministério das Micro e Pequenas Empresa para encaixar os partidos, mas a pasta não se enquadraria nos critérios de emendas e representatividade regional, e não agradou.
O encontro entre Lula e Lira ocorreu após o presidente deixar o Palácio do Planalto na noite de quarta. A conversa foi a sós, sem a presença de auxiliares. Nem mesmo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, participou. Duas fontes do governo e uma da Câmara confirmaram o encontro à imprensa.
Redação, com Agências