Da redação
Mais um imbróglio entre a prefeitura de Maceió, Câmara e a população vítima da Braskem deve vir à tona. A Casa de Mário Guimarães pode votar a derrubada do veto imposto ao Projeto de Lei que determina a destinação de metade do montante de R$ 1,7 bilhão proveniente da Braskem, para a prefeitura de Maceió, a fim de amparar os moradores impactados pelo afundamento do solo na capital.
O PL, que, inicialmente, havia sido vetado pelo prefeito João Henrique Caldas, agora deve retornar para a Câmara. Até o momento, o presidente da Casa, Galba Netto, não incluiu o tema na pauta das discussões, e uma grande manobra entre Executivo e Legislativo pode estar em curso para que os moradores dos bairros atingidos pela Braskem não recebam nenhum valor encaminhado da mineradora para o Município.
A reportagem da Folha de Alagoas tem apurado que não há interesse da Mesa Diretora em colocar em pauta a derrubada do veto do Executivo. Vereadores de oposição indicam que “há uma manobra em curso” para que seja “expirado o tempo legal para analisar o PL”.
Contudo, na última semana, um pedido de trancamento de pauta foi efetuado, o que implica que a matéria será obrigatoriamente abordada pelos vereadores, uma vez que não se pode dar prosseguimento a qualquer outra discussão antes que a análise do veto seja realizada.
Milhares de moradores, empresários e a população, de um modo geral, se sente lesada sem o devido acordo que só beneficia questões estruturais da cidade.
Uma das vítimas da Braskem, que prefere não se identificar, pois ainda acredita numa reviravolta no ‘acordão’, enfatizou: “Enquanto Maceió pode se tornar uma cidade melhor, em termos de mobilidade e estrutura, nós que recebemos uma indenização pífia somos os mais prejudicados. Não há um olhar humano para as pessoas. O sentimento é que é muita mídia para pouco resultado e nós continuamos invisíveis para prefeitura e a Câmara”.
