Desamparo: moradores do Bom Parto continuam acampados por realocação

‘Está impossível de viver e morar aqui’, relatam residentes

Nycole Melo

Mais de 4 mil maceioenses estão desamparados pela Prefeitura de Maceió. Os moradores do bairro do Bom Parto, na capital alagoana, vivem em situação de abandono, sem acesso a serviços públicos básicos, segurança, transporte e condições mínimas de vivência.

Segundo o líder comunitário, Fernando Lima, as dificuldades aumentam a cada dia e “está impossível viver aqui”.

Em protesto a esta situação, que se arrasta há anos, os moradores da localidade acampam desde segunda-feira (11), próximo à linha do trem, na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, no bairro do Mutange. O acampamento conta com tendas, sofás, televisão e colchões. Também foram colocadas faixas com cobranças aos órgãos públicos.

Conforme as lideranças, o objetivo deste protesto é chamar, mais uma vez, a atenção dos órgãos competentes para a realocação destas vítimas que, de maneira indireta, foram atingidas pelo crime ambiental da Braskem e não recebem nenhum suporte dos envolvidos.

“Não tem previsão para sairmos daqui. O objetivo é termos uma resposta concreta de que a realocação já está em ação…nós vamos continuar acampado aguardando”, declarou o morador Daniel Cordeiro.

A Defesa Civil de Maceió informou que, até o momento, não existem estudos técnicos suficientes para incluir esses moradores no mapa de atingidos. Portanto, essas famílias não podem receber nenhum valor indenizatório nem ser realocadas para outros bairros.

Já a Braskem, em nota, afirmou que atua de acordo com o mapa de desocupação elaborado pela Defesa Civil de Maceió. A empresa ressaltou que o monitoramento das áreas afetadas é feito pela Defesa Civil e que a única coisa que cabe à Braskem é apoiar a realocação preventiva.

Leia na íntegra 

A Defesa Civil monitora ininterruptamente as áreas afetadas pelo processo de afundamento do solo, bem como as áreas de borda do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias (V4), nos bairros adjacentes, por meio de equipamentos que medem em milímetros a movimentação do solo e por visitas in loco, que acontecem periodicamente, por meio das vistorias do Comitê Técnico. 

Até o momento não foram encontrados dados que culminem na atualização e ampliação do mapa. O órgão continua à disposição para ouvir a população e esclarecer possíveis dúvidas.

Ouça a reportagem completa:

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