Raphael Medeiros
Clássico. O grupo Cena Livre, fundado em 1979, volta a se apresentar no Teatro Deodoro. O espetáculo da vez, ‘O Diário de Anne Frank’, chega aos palcos do centenário teatro, no dia 8 deste mês, às 20h. A dramaturgia e direção é de Mauro Braga, que este ano completa 50 anos de carreira.
O grupo se apresentou na X Bienal do Livro, no Teatro Gustavo Leite e tiveram uma recepção calorosa do público, levando o Cena Livre a retornar aos palcos e de quebra, comemorar a vida e dedicação de Braga aos palcos.
A história, baseada nos acontecimentos reais, registrados no diário de Anne Frank, se desenrola durante a segunda guerra mundial. A família Frank, formada por: Sr. Otto, Sra. Edith, a irmã Margot e Anne fogem das garras nazistas e vão viver em Amsterdã, conhecida pelos judeus como refúgio inicial às perseguições alemãs.
Passado um tempo, Hitler também invade o território holandês. Eles resolvem então se esconder num antigo sótão, no centro da cidade e por trás do escritório onde o Sr. Frank tinha um armazém de especiarias e produtos para fazer gelatinas.
O elenco é formado por Chico de Assis (Otto Frank), Marina Sales (Anne Frank), Patricia Lyra (Edith Frank), Isabelle Xisto (Margot Frank), Guilherme Batista (Sr. Van Daan), Izabela Cardoso (Petronella Van Daan), Lucas Rocha (Peter Van Daan), Rei Tito (Sr. Dussel) e Lidiane Amorim (Miep).
Enredo
A peça mostra problemas que muitas vezes passam batido para muitos. As relações humanas em momentos críticos pode se tornar uma das maiores ameaças à sobrevivência. Desavenças causadas por falta de comida, o desconforto de morar num lugar insalubre e apertado, as notícias da guerra através do rádio, único recurso para passar o tempo e não entrar em desespero e o outro lado da moeda, o despertar da paixão de Anne pelo rapaz Peter Van Daan e a esperança de todos pelo fim da guerra e retorno aos seus lares.
Miep, a guardiã do Diário, representa na peça a pessoa que os alimenta tanto de comida como de informações sobre a guerra. Mas outras pessoas também ajudaram muito, mesmo com o risco de serem fuzilados pelos nazistas.
Mauro Braga- 50 anos de carreira
Mauro Braga preservou a estética de nove anos atrás, com direção de arte de Márcia Normande e assistência de direção de Ana Sofia. Completando a ficha técnica temos Henrique Omena operando o som, Milena Brandão na iluminação e Camila Moranelo como contrarregra. Mauro Braga trabalha com teatro desde 1973, dirigiu peças como: Igreja Verde, O Último Mutum-de-Alagoas, O Mistério da Fonte Milagrosa, Um Gesto Por Outro, A Última Estação.
Ele já atuou, sob direção de Ana Sofia em A Lição, Um Inimigo do Povo e Zelodaro Come Pano. Com Roberto Gill fez Esperando Godot, Hello Boy. Com José Renato, o criador do Teatro de Arena no Brasil, fez o papel-título em Vivaldino, Criado de Dois Patrões.
Na dramaturgia escreveu Ararinha, o Anjo Azul e Armandinho e os Monstros da TV, além de várias adaptações. Coordenou Oficinas na antiga Funted durante dez anos e esteve à frente do Teatro Marista de Maceió por nove anos. No Cinema trabalhou com Pedro da Rocha e Nuno Balducci.
*Com assessoria
