Maria Clara Gomes*
Com o anúncio feito pela BRK Ambiental sobre o reajuste das tarifas de água e esgoto na Região Metropolitana de Maceió a partir de dezembro, a população está apreensiva quanto à forma de lidar com esse recente aumento.
A atualização engloba todas as categorias tarifárias e níveis de consumo. O custo de 1m³ de água (1000L) na primeira faixa de consumo da categoria residencial (0 a 10m³), por exemplo, irá aumentar dos atuais R$6.140 para R$6.688.
Segundo o engenheiro civil e professor da Ufal, Thiago Alberto da Silva, diminuir o gasto resulta em uma economia financeira em cadeia. Isso significa que a redução das despesas de água reduz também a conta de esgoto, refletindo na diminuição também dos gastos com energia, uma vez que o consumo de água implica custos adicionais associados ao bombeamento.
Como eu posso economizar?
Conforme o professor Thiago Alberto, a redução do gasto de água nas residências e estabelecimentos pode ser alcançada por meio de medidas práticas e conscientes. Inicialmente, é importante identificar e corrigir fontes de desperdício, como vazamentos em torneiras, chuveiros e vasos sanitários, além de verificar regularmente se estão bem fechados.
A adoção de equipamentos modernos e práticas específicas também contribui para a redução do consumo. Utilizar torneiras economizadoras equipadas com arejadores e dispositivos automáticos de fechamento, vasos sanitários com sistema Dual Flash e chuveiros com restritor de vazão são exemplos eficazes de equipamentos que ajudam em uma gestão mais responsável do recurso.
Ainda dentro dessas medidas, o professor afirma que é possível empregar técnicas alternativas, como a captação e utilização da água da chuva. Para garantir a segurança sanitária e evitar contaminações, o vice-coordenador alerta: “tem que utilizar a água da chuva de forma segura. De uma forma com proteção sanitária para que não haja nenhuma contaminação”.
Em razão disso, é importante frisar que, por trazer resíduos da atmosfera, a água da chuva não é apropriada para consumo humano ou de animais, mesmo após fervura. Assim, ela pode ser utilizada na descarga, na limpeza do carro, do quintal e do chão de casa, por exemplo.
Outra alternativa é considerar o aproveitamento da água do ar condicionado, desde que também seja realizado de maneira segura. Como a chuva, ela também não deve ser consumida nem por humanos, nem por animais. Desta forma, você pode usá-la para reabastecer a cisterna do seu vaso sanitário, do limpador de para-brisa do carro, para limpar janelas e pisos, entre outros.
Educação ambiental é indispensável para o consumo consciente
O engenheiro salientou que os maiores desafios ao buscar reduzir o consumo de água reside na falta de conscientização ambiental. “[As pessoas] não tratam a água como um bem finito, como um bem que tem valor econômico, [um recurso] que precisa ser conscientizado, ser reduzido o consumo e desperdício. Tem gente que ainda não entende, que desconhece os conceitos e métodos”, afirmou Thiago. A educação ambiental se torna, portanto, um desafio primordial na mudança de mentalidade e na adoção de práticas que preservem esse recurso finito e valioso, tão essencial para a vida.
Estagiária com supervisão*