Redação*
O Ministério Público Federal realizou, nesta quinta-feira (22), uma reunião para discutir a situação do Hospital Sanatório, evacuado em dezembro passado por conta do desastre do afundamento do solo em Maceió.
A direção do Hospital Sanatório buscou o grupo de trabalho do MPF que atua no Caso Braskem em Alagoas com o objetivo de cobrar celeridade da Braskem, pois a nova sede da unidade, custeada pela mineradora, só deve ser concluída até dezembro de 2026.
Segundo a gestão do Sanatório, desde a sua evacuação, o hospital está impossibilitado de realizar a prestação de serviços, mas continua arcando com os custos fixos e trabalhistas dos empregados e prestadores, além dos lucros cessantes, que necessitam serem arcados pela Braskem, desde a desocupação até uma realocação provisória com o restabelecimento das atividades.
A reunião contou com representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). As procuradoras da República Niedja Kaspary, Juliana Câmara e Roberta Bomfim, que demonstraram preocupação com os relatos apresentados pelos médicos diretores do hospital.
Atualmente, o hospital está completamente evacuado, mas na ocasião do alerta havia 73 pacientes internados e 349 em hemodiálise. Com a adaptação de dois prédios e a construção da Clínica de Doenças Renais (CDR), o hospital poderá voltar a operar e continuar prestando serviços de saúde, mantendo os empregos.
Segundo os representantes do hospital, a Braskem informou que no momento está trabalhando no contrato de aluguel dos prédios que serão adaptados e que as reformas levarão de 3 a 5 meses para serem concluídas.
Já o complexo que precisará ser construído para os pacientes renais ainda não possui local definido, mas sua construção deve levar cerca de 4 meses.
As procuradoras da República solicitaram que o hospital apresentasse os custos consolidados dos últimos meses (após evacuação) e projeção dos custos mensais futuros para que seja iniciada a participação do MPF na busca por uma solução extrajudicial junto à Braskem.
Hemodiálise
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) prestou esclarecimentos sobre a realocação dos pacientes internados e de hemodiálise que foram evacuados do Sanatório, informando que houve acomodação desses pacientes nos hospitais contratualizados pelo Município de Maceió.
Com relação aos pacientes da hemodiálise, face às dificuldades encontradas, uma parte está sendo atendida no sistema de 4º turno (durante a madrugada), o que não é razoável, por isso a necessidade de construção imediata do CDR.
Foi destacado que, a partir de março, o Hospital da Cidade passará a disponibilizar 120 vagas para hemodiálise, privilegiando os pacientes que hoje são atendidos em 4º turno (21h às 01h) em hospitais já sobrecarregados.
*com info MPF
