Instituição Fiscal Independente apresenta cenários para 2026

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Nesta quinta-feira (18), a Instituição Fiscal Independente (IFI) apresentou o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de setembro, que contém projeções mais cautelosas em relação ao desempenho da economia brasileira em 2026, se comparadas às estimativas governamentais.

As projeções da IFI indicam crescimento de 1,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) e taxa de inflação de 4,3% para o próximo ano. Em contrapartida, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 (PLN 15/2025) prevê aumento de 2,4% no PIB e inflação de 3,6%. Segundo a IFI, as divergências entre os cenários aumentam a incerteza sobre a capacidade do governo de atingir a meta de superávit primário de 0,25% do PIB, o que corresponde a R$ 34,3 bilhões, estabelecida para o próximo ano.

O relatório aponta que o resultado efetivo esperado é um déficit primário de R$ 103 bilhões (0,7% do PIB). Mesmo considerando os abatimentos legais previstos, de R$ 57,8 bilhões, o saldo ainda seria negativo em R$ 45 bilhões, o que colocaria o governo fora da margem de tolerância fixada pelo novo arcabouço fiscal.

Para alcançar o centro da meta estipulada no PLOA, a IFI estima que seria necessário um esforço fiscal adicional de R$ 79,3 bilhões, o que corresponde a 0,55% do PIB. Em termos estruturais, a instituição também enfatiza que, para estabilizar a relação entre dívida pública e PIB no médio e longo prazo, seria necessário um superávit primário de 2,1% do PIB, um patamar muito distante do atual.

O relatório atribui o menor dinamismo da economia no próximo ano a uma combinação de fatores, como a política monetária contracionista conduzida pelo Banco Central, com foco na redução da inflação, a desaceleração da demanda interna e a moderação do crédito. A IFI avalia que, apesar da desaceleração em relação aos anos anteriores, a economia ainda opera acima de seu potencial, com o mercado de trabalho aquecido.

/Congresso em Foco

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