PF abre inquérito para investigar banco ligado a investimentos de JHC por crimes contra o sistema financeiro

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Redação*

A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar crimes contra o sistema financeiro, como gestão fraudulenta, envolvendo o Banco Master. O procedimento já estava em andamento e ganhou novos elementos depois que o Banco Central compartilhou documentos com o Ministério Público Federal. Esses documentos são referentes às negociações da compra do Master pelo Banco de Brasília (BRB).

Em março deste ano, o conselho do BRB aprovou a compra de 58% do capital do Master. O valor foi estimado em cerca de R$ 2 bilhões. Após meses de negociações, a operação foi barrada no início de setembro, quando o BC rejeitou a aquisição.

Vale lembrar que o vereador Rui Palmeira (PSD) apresentou ao Ministério Público de Alagoas uma representação contra a gestão do prefeito JHC, denunciando a realização de investimentos considerados de alto risco com recursos do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Maceió (Iprev).

De acordo com o documento que a Folha de Alagoas teve acesso em sua íntegra, o Iprev aplicou R$ 168,5 milhões em operações suspeitas. Deste total, R$ 117,9 milhões foram investidos em letras financeiras do Banco Master e outros R$ 51,48 milhões em cotas do fundo imobiliário Nest Eagle, aplicações que não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Nesta semana, Rui esteve com o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Lean Araújo, para tratar da denúncia que apresentou. Na reunião, o procurador-geral Lean Araújo destacou que tomou conhecimento do caso e garantiu que o Ministério Público adotará as medidas necessárias para a apuração.

A expectativa é que o processo chegue até as mãos do promotor responsável já no início da próxima semana. Posteriormente, as investigações sobre os investimentos suspeitos irão acontecer.

Maceió foi a única capital brasileira a destinar montante relevante ao Banco Master, instituição que enfrenta graves dificuldades financeiras e que, caso venha a sofrer liquidação extrajudicial, pode simplesmente não devolver os valores investidos aos cofres municipais. A única exceção semelhante no país foi a previdência do estado do Rio de Janeiro, conhecido como um anti-exemplo de gestão pública, devido aos inúmeros casos, comprovados, de corrupção.

/com G1

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