Por Malu Damasio*
Em uma reunião na Defensoria Pública do Estado de Alagoas, a ex-secretária adjunta de projetos e ações prioritárias de Maceió, Gardênia Nascimento, admitiu que não há possibilidade de requalificação nos Flexais, como defende a empresa Diagonal (contratada pela Braskem).
De acordo com Gardênia, a requalificação mostrou-se insuficiente e questionável, sendo a alternativa viável a realocação dos moradores. Além de envolver um grande investimento, a medida não suprirá o medo e insegurança que afligem a população.
Em relatórios emitidos tanto pelo Ministério Público Federal (MPF) quanto pela empresa Diagonal, as pesquisas indicavam que cerca de 76% da população queria sair do local. Dessa forma, a realocação surge como medida prioritária, devendo-se considerar a solução híbrida, ou seja, deslocamento para quem deseja sair e permanência apenas para quem deseja expressamente ficar.
A discussão levou a concluir que não se pode falar em requalificação de uma área que claramente apresenta risco.
Novos estudos apontam risco geológico grave
Segundo a ex-secretária, é necessário reavaliar a escolha da requalificação diante a evolução dos fatos e os novos dados técnicos. O novo laudo técnico da DPE, realizado em 2025, revelou falhas na metodologia da Defesa Civil Municipal. Demonstrando ser crucial a manutenção do atual mapa de risco, que representa negligência diante de evidências científicas.
Há também o relatório técnico independente, divulgado em agosto deste ano, cujos dados concluíram que todos os movimentos de recalque e deslocamento registrados na região são decorrentes diretamente das cavernas abertas pela Braskem, tanto no eixo leste-oeste quanto no sul-sudeste.
A recomendação dos técnicos é de monitoramento contínuo do bairro e de imediata atualização dos planos de proteção. Caso as medidas não avancem, moradores e entidades estudam judicializar o caso para garantir a segurança da população.
/Estagiária sob supervisão