“Não devem nada à Justiça”, diz coronel Chrisóstomo sobre presos do 8 de janeiro

Na Câmara, parlamentar defendeu aprovação de anistia ampla, geral e irrestrita aos presos do 8 de janeiro.

Foto: Reprodução

Durante audiência na Câmara dos Deputados, na terça-feira (14), o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) defendeu a aprovação da anistia “ampla, geral e irrestrita”, enfatizando que a votação respeita o que prevê a Constituição. “Não aceitaremos que o voto de 311 deputados e deputadas eleitos pelo povo seja desrespeitado. Não faremos dosimetria, isso não”, afirmou.

Durante seu pronunciamento, o parlamentar lembrou que a “nova Constituição”, mesmo com possíveis defeitos ou críticas, não poderia ser questionada por falta de “coragem” em aprovar a anistia. “Estamos aqui prontos para votar a anistia ampla, geral e irrestrita, para tirarmos da prisão aqueles que não devem nada à Justiça”, disse, referindo-se a casos de pessoas detidas, sem condenação, pelos atos de 8 de janeiro.

Chrisóstomo afirmou ainda que a votação deve respeitar integralmente o que foi definido pelos constituintes. “Não vamos negociar vidas. Votaremos apenas aquilo que foi previsto e defendido pelos constituintes. Eles defendiam a anistia ampla, geral e irrestrita”, declarou.

Apesar da defesa do Coronel pela votação imediata do tema, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), descartou que a pauta seja apreciada ainda nesta semana. Motta argumentou que o projeto precisa ser organizado dentro do calendário do plenário, reforçando que qualquer discussão sobre a anistia será conduzida com atenção ao processo legislativo, mesmo diante da pressão de parlamentares que defendem a aprovação urgente do projeto.

A fala do deputado ocorre em um momento de intensa discussão sobre o tema no Congresso. A anistia aos condenados pelos atos golpistas, proposta que tem ganhado destaque nacional, divide opiniões entre parlamentares e setores da sociedade. A possibilidade de aplicar critérios de dosimetria, que restringiriam o alcance da medida, é um dos pontos mais debatidos, gerando tensão entre aliados e opositores da proposta.

/Congresso em Foco

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