Ao menos 60 presos morreram durante um combate entre facções rivais pelo tráfico de drogas, no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, que começou na noite do domingo (1°).
O número de mortos ainda não é definitivo porque a revista no Compaj não foi concluída. No final da tarde desta segunda-feira (2), informações mais precisas serão divulgadas. Além da rebelião, 87 presos fugiram de outra unidade prisional horas antes.
Foram 17 horas de motim, segundo o secretário de segurança pública do Estado, Sérgio Fontes. Os agentes penitenciários apenas retomaram o controle da prisão na manhã desta segunda-feira.
As facções envolvidas no massacre são a FDN (Família do Norte) e o PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminal baseada em São Paulo. Durante o movimento, 12 guardas e 74 detidos foram feitos reféns.
“É a maior matança cometida em uma prisão da Amazônia”, afirmou Fontes. “Muitos foram decapitados e todos sofreram muitas violências para mandar um recado para seus inimigos.” O secretário disse em coletiva que se encontrará ainda nesta segunda-feira com o governador do Estado.
Glenn Freitas, da Comissão Nacional dos Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), acusou o estado do Amazonas de “omissão”.
“Há mais de um ano que a FDN anunciou que iria matar os membros do PCC, que são em menor número em Manaus. E o governo não fez nada. Poderia ter sido feito um presídio apenas para o PCC, mas apenas os colocaram em pavilhões separados”, disse em entrevista à rádio CBN.
O massacre já é o segundo maior da história dos presídios brasileiros. Fica atrás apenas daquele do presídio do Carandiru, em São Paulo, que, em 1992, deixou 111 detentos mortos, a maioria por policiais que entraram no local para conter a rebelião.
Os motins são frequentes nas prisões do Brasil, que têm problema da superlotação carcerária, denunciado por organizações de defesa dos direitos humanos.
Fonte: RFI