Neste domingo (15), em Paris,a Conferência pela Paz no Oriente Médio terminou com um claro posicionamente de parte da comunidade internacional a favor da criação de dois Estados, a única saída para o conflito histórico. O premiê israelense considerou a conferência “uma farsa”.
Sem ambição de uma proposta final, a Conferência pela Paz no Oriente Médio, se encerrou neste domingo (15), com uma mensagem de 70 países e ONGs internacionais ao presidente americano eleito Donald Trump, cuja posição pró-Israel é sem ambiguidade: a proposta da criação de dois Estados pode solucionar a crise histórica e reabrir o diálogo interrompido entre as partes.
No encerramento do encontro*, o presidente François Hollande declarou que “a solução de dois Estados não é o sonho de um sistema que ficou para trás. É ainda e sempre o objetivo da comunidade internacional”. Hollande também esclareceu que não existe a intenção de ditar regras aos dois lados. “Somente as negociações diretas entre israelenses e palestinos podem conduzir à paz, ninguém poderá fazer isso no seu lugar”, concluiu o presidente.
Jerusalém, o pomo da discórdia entre israelenses e palestinos
Durante a sua campanha eleitoral, Trump anunciou a intenção de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir a embaixada para lá, o que contraria todo o esforço histórico americano e internacional para a resolução da crise, já que o estatuto de Jerusalém é o centro da discórdia entre as duas partes, pois os palestinos também querem que a cidade seja a capital do seu futuro Estado.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que vem se dedicando particularmente nos últimos meses a obter uma retomada do diálogo, fez questão de vir a Paris para marcar o posicionamento do governo Obama, totalmente contrário ao do próximo presidente. Recentemente, em um discurso em forma de testamento político, Kerry denunciou novamente a colonização israelense nos territórios ocupados e reiterou os parâmetros de referência para a solução do conflito.
“Uma farsa”, diz Netanyahou sobre Conferência de Paris
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahou considerou a conferência “uma impostura” e uma ingerência na política de Israel.
Cerca de mil pessoas protestaram contra a conferência em Paris a chamado do CRIF – o Conselho representativo das instituições judaicas da França. Os manifestantes denunciaram a realização do encontro sem a presença das partes envolvidas e o questionamento dos direitos de Israel.
* Na foto, a partir da esquerda, o embaixador da Rússia na França, Alexander Orlov, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o presidente François Hollande, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, a Alta representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Federica Mogherini, e o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Harlem Desir.
Fonte: RFI