4 de setembro de 2025
Folha de Alagoas
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO
Sem resultados
Exibir todos os resultados
4 de setembro de 2025
Folha de Alagoas
Sem resultados
Exibir todos os resultados
CÂMARA 1 - 728x90 (1)
CÂMARA 2 - 728x90 (1)
Redação

Redação

Desafiando o Império, há 200 anos Pernambuco criava primeira República do Brasil

13 de março de 2017
0

Compartilhe no FacebookCompartilhe no TwitterCompartilhe no Whatsapp

Há 200 anos, quando o Império português era sediado no Brasil e cerca de 15 mil membros da Corte Real se instalaram no Rio de Janeiro, o país teve a experiência de uma República por 75 dias: Pernambuco. Desafiando o controle de Portugal e buscando apoio estrangeiro para o reconhecimento do novo Estado, a revolução pernambucana foi deflagrada em 6 de março de 1817, inaugurando uma nova ordem em que ideais republicanos se misturavam a interesses conservadores das elites da região.

Na época, o território brasileiro ainda era dividido em capitanias. A de Pernambuco incluía a comarca de Alagoas e toda a margem esquerda do Rio do São Francisco, até Minas Gerais, território hoje baiano. No Rio de Janeiro, transformada em capital do país, estava a família real, que fugiu das tropas francesas em 1808.

“Quando a corte se instala no Rio de Janeiro há uma via de mão dupla. Por um lado há a abertura dos portos, o que permite maior fluxo comercial. Em contrapartida há espoliação fiscal crescente”, conta o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e presidente do o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), George Cabral.

Para criar a infraestrutura demandada pela corte no Rio de Janeiro, impostos eram cobrados das capitanias do que hoje é a região Nordeste. “Um exemplo é a taxa de iluminação pública do Rio de Janeiro, enquanto Recife vivia às escuras”, cita Cabral. Havia ainda a alta de alimentos provocada pela seca de 1816 e uma tensão constante entre portugueses e nativos– especialmente entre os militares, segundo o historiador, já que os homens de Portugal conseguiam promoções com mais facilidade.

Por outro lado, a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos inspiravam uma elite intelectual a projetar os mesmos ideais no Brasil. Também conhecida como Revolta dos Padres, a insurreição pernambucana teve grande influência ideológica dos eclesiásticos formados no Seminário de Olinda, onde eles tinham contato com filósofos iluministas.

“Todos os seus líderes são discípulos dos grandes iluministas do século 18, como Montesquieu. Eu encontrei os nomes de alguns desses líderes em processos da inquisição na segunda metade do século 18 por distribuir livros proibidos desses filósofos”, conta o historiador e curador do Instituto Ricardo Brennand, Leonardo Dantas.

Financiada pela elite produtora da capitania e apoiada por camadas populares em conflito com portugueses, nascia o movimento único no Brasil colonial. “Foi o primeiro movimento de independência que aconteceu de fato, que se materializou. A inconfidência mineira e a conjuração baiana não vingaram, foram reprimidos antes de ocorrer”, compara o historiador Lula Couto.

Ideias republicanas levam a inovações

A inspiração dos revoltosos nos ideais iluministas que nortearam a Revolução Francesa trouxeram mudanças significativas ao Estado então criado. A Lei Orgânica da República de Pernambuco foi instituída até que a Constituição fosse criada – para isso, uma Assembleia Constituinte seria planejada, uma vez que as comarcas revoltosas se unissem em torno da independência. Ela deveria ser convocada em no máximo um ano, segundo a legislação, sob pena de devolver ao povo a escolha por seus líderes e modo de governo.

O documento trazia inovações como a separação entre os poderes, tirando de uma única pessoa ou instância a prerrogativa de criar e revogar leis e realizar julgamentos. Nessa organização provisória, os juízes eram eleitos pelo povo de cada distrito. Além disso, cria-se um Colégio Supremo de Justiça para decidir em última instância sobre causas cíveis e criminais.

Foi decretada a liberdade de culto, embora relativa. A Igreja continuou vinculada ao Estado: a religião oficial era a Católica Romana. O bispo de Pernambuco, por exemplo, fazia parte do Conselho Legislativo, determinado pela lei orgânica. Na legislação “são toleradas” outras “seitas cristãs”; não há menção aos cultos de matriz africana, por exemplo. Pelo documento, era vedado incentivar o conflito entre as vertentes e perseguir pessoas por “motivos de consciência”.

A liberdade de imprensa também é proclamada, até então inexistente em território brasileiro. E a relação com os europeus e demais estrangeiros residentes na região foi mantida sob uma condição: seriam habilitados para trabalhar no governo caso fizessem a adesão ao partido da Regeneração e Liberdade.

Liberdades de uns, escravidão de outros

Embora revolucionários tenham proclamado liberdades que ainda não existiam no Brasil, um dos pilares da formação do país se manteve intacto: a escravidão. “A chegada do pensamento liberal ao Brasil promove uma ambiguidade impressionante. Você começa a falar de liberdade e igualdade em uma terra na qual a escravidão está presente em quase todos os aspectos da vida. Praticamente toda a sociedade contava com escravos”, diz George Cabral.

Tendo entre os líderes revolucionários grandes agricultores de cana-de-açúcar a algodão, financiadores da revolução pernambucana, o grupo não tocou no sistema escravagista. “Esses senhores tinham a propriedade do escravo como algo legítimo. O ideal de liberdade se limitava à política, ao comércio. O negro escravizado não era visto como um atentado à liberdade na época”, conta o historiador Lula Couto.

Leonardo Dantas e George Cabral afirmam que havia a intenção de parte deles em fazer a abolição, mas ela não se concretizou. “A escravidão foi o grande xis da questão da revolução. Nossas elites são extremamente conservadoras até hoje, devem ter pensado que essas ideias republicanas são muito bonitas, mas poderiam liberar tensões sociais que levariam à perda do controle”, diz Cabral.

Fonte: EBC

Você também pode gostar desses conteúdos

John Raifer lança carreira solo nesta sexta-feira (29), com show New Era, em Maceió
Cultura

John Raifer lança carreira solo nesta sexta-feira (29), com show New Era, em Maceió

por Redação
28 de agosto de 2025
Diteal lança seleção com 20 vagas para aulas gratuitas de jazz
Cultura

Diteal lança seleção com 20 vagas para aulas gratuitas de jazz

por Redação
25 de agosto de 2025
Coletivo Rock Maracatu fará ensaio aberto pela primeira vez em Arapiraca no dia 30 de agosto
Cultura

Coletivo Rock Maracatu fará ensaio aberto pela primeira vez em Arapiraca no dia 30 de agosto

por Redação
22 de agosto de 2025
Grupo de comédia se apresenta pela primeira vez em Maceió
Cultura

Grupo de comédia se apresenta pela primeira vez em Maceió

por Redação
20 de agosto de 2025
Suspeito de envolvimento em exploração de menores, Hytalo Santos é preso em SP
Cultura

Suspeito de envolvimento em exploração de menores, Hytalo Santos é preso em SP

por Redação
15 de agosto de 2025

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

banner-site
banner-site
Próximo Post

Senado vota repatriação de recursos de olho na nova lista de Janot com pedidos de inquérito

Católicos de Paripueira discordam de evento com a participação de políticos

Católicos de Paripueira discordam de evento com a participação de políticos

7 de agosto de 2025
Vereador acusa Henrique Chicão de usar hospital para se eleger deputado

Vereador acusa Henrique Chicão de usar hospital para se eleger deputado

7 de agosto de 2025

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Sem categoria

Relatório aponta risco geológico grave nos Flexais e cobra revisão do mapa da Defesa Civil

3 de setembro de 2025
Sem categoria

Delegada Ana Luiza nogueira explica os cinco tipos de violência contra a mulher

3 de setembro de 2025
Sem categoria

Pesquisa mostra liderança de JHC diante de Renan Filho na Grande Maceió

3 de setembro de 2025

REDAÇÃO

(82) 98898-7444

folhadealagoas@gmail.com

ARQUIVOS

Disponível no Google Play

© 2021 | Folha de Alagoas.

Sem resultados
Exibir todos os resultados
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO

© 2021 | Folha de Alagoas.

Utilizamos cookies essenciais e outras tecnologias semelhantes, ao continuar navegando, você concorda essas e outras condições de nossa Política de Privacidade e Cookies.