Rogério Peixoto não vê a hora de figurar a lista de funcionários da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Isso porque, ele foi aprovado para o cargo de fonoaudiólogo no concurso público realizado pela pasta no ano de 2002. Segundo ele, até o momento foram chamados 36 profissionais da sua área.
O concurso estava com o prazo de validade suspenso pela Justiça desde 2007, ano em que a promotora da Fazenda Estadual Cecília Carnaúba ajuizou uma ação civil pública em favor dos concursados.
Numa decisão de 1º grau, o juiz Helestron Silva da Costa da 17ª Vara Cível da Capital, determinou que o Estado nomeie a reserva. A Procuradoria Geral (PGE) recorreu da sentença no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), que foi de acordo a decisão do magistrado que havia julgado o processo anteriormente.
Com a determinação judicial, Estado terá de nomear 88 médicos, 76 técnicos de enfermagem, 47 auxiliares de serviços diversos, 33 nutricionistas, 28 fisioterapeutas, 25 assistentes de administração, 17 enfermeiros, 17 copeiros, 15 padioleiros, 13 cozinheiros, 7 farmacêuticos, 7 psicólogos, 4 técnicos em segurança, 3 administradores, 2 auxiliares de enfermagem, 2 encanadores, 2 marceneiros e 1 odontólogo buco-maxilo.
“As contratações que estão ocorrendo hoje são ilegais. O governo mantém uma folha de pagamento a funcionários contratados, inclusive com salários abaixo do que os sindicatos orientam”, advertiu Rogério Peixoto. Peixoto acredita que o chefe do Executivo, Renan Filho, está empregando pessoas que supostamente irão trabalhar em sua campanha eleitoral no próximo ano.
“O nós que precisamos é que o governador não recorra mais a decisão. Ele precisa ter consciência que nos dedicamos bastante para sermos aprovados. O governador precisa nos ouvir”, reforçou o farmacêutico.
Ao Folha de Alagoas, Rogério Peixoto disse que até o Ministério Público do Estado (MPE), por meio de seu representante, tentou intermediar uma conciliação com a PGE. Entretanto, o órgão estadual não quis comparecer a reunião, tampouco apresentar dados solicitados. “Com o passar dos anos, muitos aprovados no concurso faleceram. E acredito que com muito desgosto”
Procurada pela reportagem, a Procuradoria Geral do Estado informou que vai recorrer da decisão do TJ. “Vale salientar que em todos os casos, inclusive aos que podem gerar dano ao erário, a Procuradoria apresenta recurso, com exceção dos casos especialíssimos, que não se enquadra na atual situação”, informou a nota.
Por Guilherme Carvalho Filho – Jornal Folha de Alagoas