O São Paulo continua no mercado atrás de atletas velozes de lado de campo. A busca por um reforço com essa característica tem explicação: os pontas são fundamentais no modelo de jogo do técnico Dorival Júnior.
Os treinos da (curta) pré-temporada, os primeiros jogos do ano, números e as próprias declarações do comandante confirmam isso.
Dorival elogiou as contratações de Nenê e Tréllez (dependem de exames e assinaturas), mas disse que trabalhava outros nomes e posições.
Em 2017, por exemplo, o ponta Marcos Guilherme só fez menos gols (seis) do que Hernanes (nove) desde sua estreia. Com um detalhe: o Profeta era o homem das bolas paradas e fez cinco gols em cobranças de pênaltis e faltas.
No Manchester City de Pep Guardiola, cujo modelo de jogo é referência para Dorival, o ponta Sterling é o vice-artilheiro da temporada, com 19 gols (Aguero lidera, com 25 gols). Só uma coincidência?
– Talvez seja uma coincidência, talvez não, porque o Marcos é um jogador que busca muito as penetrações e as movimentações em progressão. Ora ele iniciando jogadas, ora finalizando as jogadas. É uma característica que ele tem que aproveitar e intensificarmos ainda mais, para criar mais possibilidades, com mais jogadores em condições de finalizar – disse Dorival, em entrevista no dia 12 de janeiro.
Mas por que os pontas são tão importantes? Vejamos abaixo;
A derrota por 2 a 1 para o Corinthians, no clássico do último sábado, no Pacaembu, traz exemplos importantes nesse sentido.
Alguns dos principais lances de perigo criados pelo São Paulo saíram em jogadas preparadas ou concluídas com os pontas.
O gol do São Paulo, por exemplo, acontece porque Brenner, ponta pela esquerda na formação inicial, acompanha a jogada pelo lado invertido e completa o cruzamento de Éder Militão na diagonal.
No segundo tempo, por duas vezes, Marcos Guilherme fez o “facão” (infiltração na diagonal e por trás da defesa) logo após Jucilei receber a bola. É uma orientação de Dorival.
O volante fez o lançamento com precisão, e o ponta: na primeira vez deixou Brenner na cara do gol, mas o atacante permitiu o corte de Balbuena, e na segunda fez o gol em posição irregular.
– Fico triste pelo resultado, mas precisamos levantar a cabeça porque tem muito campeonato. A orientação que o Dorival nos dá é ficar bem aberto e, quando o volante ou o meia pegar a bola, a gente entrar em diagonal para sair na frente do gol. Essa é a jogada, vem dando certo desde o ano passado. É indiscutível a qualidade do Jucilei. Eu sei que, quando ele levantar a cabeça, eu tenho que fazer o movimento porque a bola vai chegar boa. Mas também não posso falar muito, porque o pessoal vai começar a marcar e a saber (risos).
GE