Em nota divulgada nesta quarta-feira (31), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, lamentou o anúncio do governo eleito de fundir a pasta com o Ministério do Meio Ambiente.
Mais cedo, o Ministério do Meio Ambiente também divulgou nota na qual afirmou que recebeu com “surpresa e preocupação” o anúncio da fusão.
O futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), informou nesta terça-feira (30) que o presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu manter a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.
Na nota, Maggi afirma que a fusão “trará prejuízos ao agronegócio brasileiro, muito cobrado pelos países da Europa pela preservação do meio ambiente”. O ministro está nos Emirados Árabes, onde participa da exposição Agrispape.
Na nota, a assessoria da Agricultura informa que ao longo dos últimos dois anos e meio, Blairo Maggi viajou pelo mundo divulgando a sustentabilidade do agronegócio brasileiro e cobrando preferência pelos produtos do Brasil por causa dos custos dos produtores em manter reservas ambientais em suas propriedades.
O ministro apontou ainda que, muitas vezes, o Ministério do Meio Ambiente tem que tratar de áreas que não estão relacionadas ao agronegócio, como energia, infraestrutura, mineração e petróleo.
A nota aponta que Maggi considera que seria difícil conciliar todos esses assuntos. “Como um ministro da agricultura vai opinar sobre um campo de petróleo ou exploração de minérios? ”, questionou Maggi.
Meio Ambiente
Na nota divulgada mais cedo, o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, diz que os dois ministérios são de “imensa relevância nacional e internacional e têm agendas próprias”, e a fusão poderia resultar “em danos para as duas agendas”.
“O novo ministério que surgiria com a fusão do MMA e do MAPA teria dificuldades operacionais que poderiam resultar em danos para as duas agendas. A economia nacional sofreria, especialmente o agronegócio, diante de uma possível retaliação comercial por parte dos países importadores”, afirma a nota.
Ainda de acordo com o MMA, a fusão dos ministérios traria “risco de perdas no que tange a interlocução internacional” e “ameaçaria o protagonismo” da representação brasileira nos fóruns decisórios globais.
G1