A Polícia Federal associou depósitos de cerca de US$ 3 milhões em contas na Suíça ao senador Renan Calheiros (MDB-AL). De acordo com a investigação, o dinheiro seria propina vinda de lobistas para as contas do empresário Walter Faria, dono da cervejaria Itaipava, que teria repassado a quantia ao senador e ao MDB. As informações são do jornal O Globo.
Procurado, Renan Calheiros negou as acusações e afirmou que a denúncia, que é de corrupção passiva, não será aceita no judiciário. O senador, que é potencial candidato à presidência da casa em 2019 está internado para se tratar de uma pneumonia, fez postagens em suas redes sociais neste domingo (24).
“Desde ontem, dedico-me a tratar breve pneumonia. Ainda não sei se serei candidato à presidência do Senado. Se por um lado ocupei esse cargo quatro vezes, não tenho a mesma vontade de antes”, escreveu Renan sobre a possibilidade de retornar à presidência do Senado.
Depois, o senador ainda parabenizou o time alagoano CSA pelo acesso à Série A do Campeonato Brasileiro até, enfim, escrever sobre a denúncia. “Continuo aqui no hospital, mas essa gente não para! Matéria hoje d’ O Globo faz ilações sobre ligações minhas com Walter Faria, que não conheço; com Bruno Luz, que também não conheço; e com Jorge Luz, que encontrei uma vez há mais de 20 anos”, defendeu-se.
Em outra postagem, Renan aponta o dedo para ex-deputado Eduardo Cunha e sobe o tom contra as acusações. “A própria delegada diz que não há provas contra mim. No inquérito, já ficou demonstrada a ligação de negócios de Jorge e Bruno Luz, Eduardo Cunha, Fernando Baiano e Zelada. Nunca tive negócios com essa corja. A chance de provarem que alguma vez me envolvi com falcatruas é zero!”, afirmou.
Em nota, a assessoria do empresário Walter Faria disse que a acusação é “insustentável”. “Não houve por parte de Walter Faria qualquer tipo de repasse a políticos ou agentes públicos”, diz a nota.
Ainda segundo a reportagem, a PF também apontou indícios de envolvimento do deputado Aníbal Gomes (DEM-CE) e seu ex-assessor Luís Carlos Batista Sá, além do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau. Já o senador Jader Barbalho (MDB-PA), também citado nas delações foi excluído porque os investigadores não encontraram evidências contra ele.
Júlio Camargo, um dos primeiros delatores da Lava Jato , e Jorge Luz, são os dois lobista que delataram o esquema.
O relatório PF, assinado pelo delegado Thiago Delabary, dá detalhes de como o empresário teria feito para repassar a propina para o senador, e já foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 6 de setembro e agora está na Procuradoria Geral da Republica, que vai aceitar ou não a denúncia contra o emedebista.
Até agora, Renan Calheiros foi acusado apenas uma vez pela Operação Lava Jato e teve a denúncia rejeita pelo Supremo Tribunal Federal.
Fonte: Último Segundo/IG