A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou nesta quinta-feira (14), após reunião com o secretário especial de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, que a situação envolvendo o secretário-geral da Presidência, ministro Gustavo Bebianno, representa um “constrangimento para todo mundo”.
Acusado pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, de mentir, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse nesta quarta-feira (13) que não pretende pedir demissão em razão do episódio.
Na terça-feira, Bebianno negou, em entrevista ao jornal ‘O Globo’, que seja o pivô de uma crise no governo. Ele afirmou: “Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente”. Segundo Bebianno, ele se comunicou com o presidente por meio de um aplicativo de mensagens.
Segundo Carlos Bolsonaro, é uma “mentira absoluta” que Bebianno tenha falado três vezes nesta terça-feira (12) com Jair Bolsonaro enquanto o presidente ainda estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo – Bolsonaro recebeu alta nesta quarta e voltou para Brasília.
No último domingo, reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” informou que no ano passado, durante a campanha eleitoral, Bebianno, então presidente do PSL, liberou R$ 400 mil de dinheiro público, do fundo partidário, para uma candidata “laranja” de Pernambuco que concorreu a uma vaga de deputada federal e recebeu 274 votos.
A deputada foi questionada sobre o clima no PSL depois do desentendimento desta quarta, envolvendo o ministro Bebianno e o filho do presidente Bolsonaro.
“É obvio que é um constrangimento para todo mundo essa situação, é um constrangimento para nós, para o ministro Bebianno e também, imagino, para o próprio presidente [Bolsonaro]”, afirmou a deputada.
Ela defendeu uma decisão para o caso e disse que não dá para ficar na “instabilidade”.
“A gente está em uma fase, assim, de saia muito justa, e é preciso que se decida alguma coisa, seja para um lado ou para o outro. O que não dá é para ficar nessa instabilidade, respirando esse ar que é tão denso, tão pesado, que parece que consegue cortar o ar com a tesoura”, acrescentou.
Ela afirmou que no PSL, partido do presidente Bolsonaro, há uma ala “mais preocupada, outra mais crítica, outra mais na defensiva”. “A gente tem aguardar para ver”, completou.
Questionada se não deveria ser melhor para o partido que Bebianno se afaste até que as investigações sejam concluídas, ela declarou não falar em nome do partido.
“Aí tem que falar com o presidente Bivar. Não é o que eu estou ouvindo dentro do partido. Dentro do partido, as pessoas estão solidárias e querendo saber, também, se aconteceu alguma coisa de irregular. O próprio presidente ontem deu uma declaração que pediu investigação. Então, vamos aguardar a investigação”, afirmou.
Reforma da Previdência
Sobre a reforma da previdência social, cujo texto-base deve ser apresentado na tarde desta quinta-feira ao presidente Jair Bolsonaro, Hasselmann afirmou que não está previsto um anúncio oficial ainda para hoje. “Não tem programação de um grande anuncio hoje não. Isso deve acontecer a partir da semana que vem”, afirmou.
De acordo com ela, a idade mínima é um dos pontos que devem ser definidos pelo presidente Bolsonaro, assim como o tempo de transição. “Hoje, a equipe vai mostrar para ele o que significa idade A, B, ou C, qual é a possibilidade de transição. Mas eu não posso adiantar muito, por que há uma data para iniciar a divulgação dessas informações, e já tem data para chegar no Congresso”.
Ela acrescentou que os militares também terão mudanças em suas regras previdenciárias, mas não detalhou quando elas serão apresentadas, ou encaminhadas ao Legislativo.
“Vai ter proposta para militar, isso vocês podem dizer, e está tendo um cuidado muito grande com o mais pobre. A nossa guerra vai ser de narrativa. A gente sabe que a tropa da esquerda vai vir com a guerra de narrativa pra cima da gente. Tipo, ‘Vocês vão fazer o sujeito trabalhar, atacando os mais pobres’. A gente vai mostrar que é exatamente o contrário. Essa reforma cuida do mais pobre”, disse.
Acrescentou que as redes sociais serão “muito utilizadas” no debate da reforma da previdência. A deputada também informou que haverá separação entre assistência e previdência.
“Ninguém vai receber menos do que um salário mínimo [de benefício assistencial], desde que esteja na idade para. Essa assistência fasica é para antes, é para ajudar o mais pobre. É justamente o contrário, não é para dar menos aposentadoria para o mais pobre (…) Vai poder receber com menos de 65 anos, mas não é um salário mínimo”, concluiu.
G1