1 de setembro de 2025
Folha de Alagoas
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO
Sem resultados
Exibir todos os resultados
1 de setembro de 2025
Folha de Alagoas
Sem resultados
Exibir todos os resultados
CÂMARA 1 - 728x90 (1)
CÂMARA 2 - 728x90 (1)
Redação

Redação

‘País vive desmonte agressivo no sistema nacional de meio ambiente’, afirma Marina Silva

13 de maio de 2019
0

Compartilhe no FacebookCompartilhe no TwitterCompartilhe no Whatsapp

A ex-senadora Marina Silva acredita que o Brasil vive, no governo Jair Bolsonaro, um desmonte extremamente agressivo no sistema nacional de meio ambiente, onde “tudo está ameaçado”. Cunhando o termo “apagão ambiental”, Marina diz que estão sob ameaça “os marcos regulatórios, processos e estruturas que deram suporte às políticas de proteção de nossos ativos ambientais dos últimos trinta anos, levadas a cabo em diferentes governos de diferentes partidos”.

O quadro sombrio foi apontado pela política, que foi ex-ministra do Meio Ambiente, em artigo enviado ao blog.

Marina lista como problemas graves da gestão Bolsonaro a saída do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente para o da Agricultura, a entrega da Agência Nacional de Águas para o Ministério do Desenvolvimento Regional, a extinção da Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas, o desmantelamento da Educação Ambiental e, agora, a decisão de rever 334 áreas de proteção ambiental administradas pelo ICMBio.

Sobre o último ponto, que a motivou a escrever o texto, Marina diz que está dada a senha para que grileiros, exploradores ilegais de madeira e garimpeiros possam começar a invadir as 334 áreas de proteção ambiental administradas pelo ICMBio, “principalmente aquelas em que a pressão é muito forte e há interesse econômicos para extingui-las”.

“No final das contas, é disso que se trata: sacrificar os recursos de um milênio pelo lucro de uma década. Todos os retrocessos já realizados, em curso e planejados, derivam dessa visão. E assim, uma das maiores potências ambientais do mundo pode ser devastada em poucos anos”, escreve Marina Silva no artigo.

“Para o grupo que promove o apagão, não é admissível que o Estado, mesmo sob pena de graves consequências para a saúde e o meio ambiente, imponha qualquer limite sobretudo ao interesse econômico”, diz.

De acordo com ela, é preciso mobilizar a sociedade em defesa de seu patrimônio ambiental e fazer valer judicialmente, nos tribunais, os preceitos de nossa Constituição. Marina Silva foi derrotada nas últimas três eleições presidenciais, terminando os pleitos em terceiro, terceiro e oitavo, respectivamente. Leia abaixo a íntegra do artigo:

O apagão ambiental

Por Marina Silva

É muito difícil fazer uma síntese da situação que o Brasil está vivendo, as agressões ao bom-senso são contínuas e caracterizam um clima de guerra em que o diálogo e o entendimento se tornam quase impossíveis. Esse é o governo do fim: vamos acabar com isso, vamos acabar com aquilo, extinguir, cortar, encerrar. Nenhuma política construtiva, só o desmonte do que existia antes.

Esse desmonte é extremamente agressivo no sistema nacional de meio ambiente. Estão ameaçados os marcos regulatórios, processos e estruturas que deram suporte às políticas de proteção de nossos ativos ambientais dos últimos trinta anos, levadas a cabo em diferentes governos de diferentes partidos. Isso acarretará graves e irreparáveis prejuízos ao futuro do país: na gestão e a proteção dos recursos hídricos, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, nas ações de prevenção e combate ao desmatamento da Amazônia e demais biomas, no plano nacional de mudanças climáticas, nas políticas de proteção da biodiversidade, no licenciamento ambiental. Tudo está sob ameaça, o que desloca o Brasil da posição de respeito que havia conquistado no mundo, para uma espécie de párea ambiental. Em menos de 6 meses do novo governo, estamos vendo o Brasil se tornar um país do começo do século 20, onde poluição e destruição do meio ambiente eram sinônimo de progresso e “modernidade”.

Foi em função dessa ameaça sem precedente, que nós, ex-ministros de meio ambiente de diferentes governos em diferentes períodos, nos reunimos para nos posicionar conjuntamente, alertando a sociedade sobre os riscos de um verdadeiro apagão ambiental em nosso país.

Tomo emprestado do setor energético a palavra apagão, usada para caracterizar uma situação de crise estrutural no fornecimento de energia. É uma crise ambiental estrutural induzida que estamos vivendo, imposta pelo governo Bolsonaro. Um apagão energético, por falta de planejamento e investimento na geração e distribuição de energia, é uma situação que exige do país um enorme esforço de superação, mas é possível, em prazo razoavelmente curto, superar a crise. Um apagão ambiental, entretanto, é muito mais grave e suas consequências se estendem por várias gerações. Quem não acredita, pode olhar as imagens dos vales dos rios atingidos pelo rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho e imaginar quanto tempo vai demorar para que a vida, humana e da natureza em geral, se recupere.

O desmonte irresponsável é acelerado: a saída do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente para o da Agricultura, a entrega da Agência Nacional de Águas para o Ministério do desenvolvimento Regional, a extinção da Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas, o desmantelamento da Educação Ambiental e, agora, a decisão de rever 334 áreas de proteção ambiental administradas pelo ICMBio. O que está em curso é uma tentativa de acabar com os fundamentos legais sustentados pelo artigo 225 da Constituição Federal. Por ele, cabe ao Estado usar instrumentos de incentivos positivos e coercitivos para moldar os valores e comportamentos da sociedade em relação aos recursos naturais, de modo a que nosso estilo de vida e nossos modelos produtivos respeitassem os limites, a capacidade de suporte e regeneração dos ambientes naturais e a necessidade de preservar os biomas em que se sustentam as nossas vidas.

Para o grupo que promove o apagão, não é admissível que o Estado, mesmo sob pena de graves consequências para a saúde e o meio ambiente, imponha qualquer limite sobretudo ao interesse econômico. No final das contas, é disso que se trata: sacrificar os recursos de um milênio pelo lucro de uma década. Todos os retrocessos já realizados, em curso e planejados, derivam dessa visão. E assim, uma das maiores potências ambientais do mundo pode ser devastada em poucos anos. Para enfrentar esse crime de lesa-pátria, dois caminhos são essenciais: mobilizar a sociedade em defesa de seu patrimônio ambiental e fazer valer judicialmente, nos tribunais, os preceitos de nossa Constituição, que está sendo atacada.

Nossa resistência é legal e pacífica. Infelizmente, não estamos enfrentando grupos com a mesma disposição para o diálogo e a paz, como mostra o aumento dos assassinatos e da violência contra as comunidades e suas lideranças, em todo o Brasil, numa guerra que tende a se agravar muito com a permissão irresponsável do uso de armas por grileiros e latifundiários. Devemos, apesar de tudo, manter o bom combate e a esperança de que a sociedade brasileira acorde para sua força e responsabilidade para com as futuras gerações.

Para encerrar, duas notas a propósito do desmonte do ICMBio e a revisão das unidades de conservação que revelam os despropósitos desse governo:

Despropósito 1: Basta o anúncio da revisão das 334 unidades de conservação, já está dada a senha para que grileiros, exploradores ilegais de madeira e garimpeiros possam começar a invadir as áreas, principalmente aquelas em que a pressão é muito forte e há interesse econômicos para extingui-las. Além disso, torna extremamente vulnerável a atuação das pessoas que tem a função pública de fiscalizar e coloca em risco suas vidas.

Despropósito 2: A criação do ICMBio, responsável pela Política Nacional de Unidades Conservação, ocorreu mediante medida provisória aprovada pelo congresso nacional e referendada pelo STF. Para a seleção de seu presidente, foi constituído um comitê de busca com renomadas autoridades da área ambiental, como o recém-falecido professor Paulo Nogueira Neto. Foi considerada a trajetória dos candidatos, seu conhecimento técnico, experiência e capacidade de negociação. Indicações por critérios políticos e não técnicos, em desrespeito às normas legais de escolha do presidente do ICMbio, aconteceu no governo Bolsonaro em prejuízo da gestão do Instituto e das unidades de conservacionista conservação.

Matheus Leitão/G1

Você também pode gostar desses conteúdos

Dimas Gadelha aciona Corregedoria contra Nikolas por falas sobre Pix
Política

Dimas Gadelha aciona Corregedoria contra Nikolas por falas sobre Pix

por Redação
1 de setembro de 2025
É amanhã: STF inicia julgamento de Bolsonaro às 9h
Política

É amanhã: STF inicia julgamento de Bolsonaro às 9h

por Redação
1 de setembro de 2025
Do Código do Contribuinte aos precatórios: Senado tem semana cheia
Política

Do Código do Contribuinte aos precatórios: Senado tem semana cheia

por Redação
1 de setembro de 2025
PGR pede arquivamento de inquérito sobre cartão de vacina de Bolsonaro
Política

Mais de 3,3 mil pessoas querem acompanhar julgamento de Bolsonaro

por Redação
31 de agosto de 2025
PGR é contra a presença de agentes da PF dentro da casa de Bolsonaro
Política

PGR é contra a presença de agentes da PF dentro da casa de Bolsonaro

por Redação
30 de agosto de 2025

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

banner-site
banner-site
Próximo Post

Comissão que analisa reforma da Previdência ouve especialistas

Católicos de Paripueira discordam de evento com a participação de políticos

Católicos de Paripueira discordam de evento com a participação de políticos

7 de agosto de 2025
Vereador acusa Henrique Chicão de usar hospital para se eleger deputado

Vereador acusa Henrique Chicão de usar hospital para se eleger deputado

7 de agosto de 2025

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Economia

Empresas alagoanas são selecionadas para o Global Voices, evento exclusivo da CNC

1 de setembro de 2025
Política

Dimas Gadelha aciona Corregedoria contra Nikolas por falas sobre Pix

1 de setembro de 2025
Sem categoria

MPF e Dnocs firmam acordo para garantir segurança de 21 barragens em Alagoas

1 de setembro de 2025

REDAÇÃO

(82) 98898-7444

folhadealagoas@gmail.com

ARQUIVOS

Disponível no Google Play

© 2021 | Folha de Alagoas.

Sem resultados
Exibir todos os resultados
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO

© 2021 | Folha de Alagoas.

Utilizamos cookies essenciais e outras tecnologias semelhantes, ao continuar navegando, você concorda essas e outras condições de nossa Política de Privacidade e Cookies.