12 de junho de 2025
Folha de Alagoas
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO
Sem resultados
Exibir todos os resultados
12 de junho de 2025
Folha de Alagoas
Sem resultados
Exibir todos os resultados
Anuncios-TCE-970x90 - PNG
Anuncios-TCE-970x90 - PNG
Redação

Redação

“NO VAREJO”: juiz vendia sentença por 750 reais

1 de outubro de 2019
0

Compartilhe no FacebookCompartilhe no TwitterCompartilhe no Whatsapp

O site de notícias The Intercept Brasil, em reportagem publicada segunda-feira (30/9), revela o mapa da corrupção no Judiciário brasileiro. Segundo o levantamento, Alagoas é um dos estados onde há ocorrência ou indícios de venda de sentenças. Há casos em nove tribunais estaduais e três tribunais federais. Os magistrados são investigados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A publicação revela que em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, uma decisão judicial para livrar um político de uma acusação de corrupção sai por R$ 400 mil. Em Xinguara, no Pará, um habeas corpus para um acusado de assassinato, por R$ 70 mil. Na pequena Ceará-Mirim, no interior do Rio Grande do Norte, o valor é bem mais modesto. Por apenas R$ 750 (setecentos e cinquenta reais) era possível comprar uma liminar.

Extorsão, suborno, pagamento de aluguel e cargo para namorada do filho

A sentença mais cara, de acordo com a matéria, foi cobrada pelo desembargador Rubem Dário Peregrino Cunha, do Tribunal de Justiça da Bahia, valor: R$ 400 mil.

Em 2007, o então prefeito de São Francisco do Conde, Antônio Pascoal Batista, do PDT, recorreu ao desembargador para ajudá-lo a se livrar de uma acusação de corrupção. Ele havia sido denunciado pelo Ministério Público do estado por roubar cerca de R$ 1,5 milhão dos cofres da prefeitura e corria o risco de perder o cargo e ser preso. O processo foi parar no gabinete do desembargador Cunha, que, além do dinheiro, ainda pediu um cargo para a namorada do filho.

Depois de pagar cerca de R$ 300 mil em parcelas, o ex-prefeito enviou um funcionário da prefeitura com um gravador a um encontro com o filho do desembargador, o advogado Nizan Gomes Cunha Neto, que fazia a ponte entre eles. O servidor gravou a conversa com o advogado na hora em que entregava mais uma parcela de R$ 50 mil pela sentença. Foi o próprio ex-prefeito, de acordo com o processo no CNJ, que decidiu denunciar o desembargador ao MPF, alegando que se sentiu coagido pela cobrança de um valor tão alto. O prefeito morreu em 2015, após uma cirurgia de câncer de próstata. O desembargador Cunha foi “condenado” em 2012 e se aposentou.

Em Ceará-Mirim o negócio era no varejo, e o juiz José Dantas de Lira se contentava em receber R$ 750 por liminar – valor ainda dividido com outras cinco pessoas. No esquema, descoberto em 2007, o grupo formado por Lira, o filho dele, um amigo advogado, um funcionário do tribunal e dois corretores de empresas de empréstimo, ganhava um “extra” com uma espécie de consórcio de decisões. A margem era pequena, mas eles lucravam na quantidade de liminares, que saíam entre R$ 750 e R$ 1,8 mil cada. O Ministério Público do Rio Grande do Norte descobriu que foram movimentados mais de R$ 3 milhões na conta de um dos envolvidos no esquema.

Cabe aos corregedores dos tribunais fiscalizar a garantir o trabalho dos outros magistrados. No entanto, a reportagem encontrou dois deles envolvidos no “mercado de sentenças”.

O ex-corregedor do Tribunal de Justiça do Amazonas, que chegou a ser presidente interino da Corte. Jovaldo dos Santos Aguiar, foi afastado após ser denunciado por um empresário e advogado que pagou, mas não recebeu a decisão negociada. Aguiar, primeiro corregedor a ser investigado pelo CNJ, foi aposentado compulsoriamente em 2010.

Já o desembargador Antônio Fernando Guimarães, do TRT de Minas Gerais, não viu problema em deixar que um escritório de advocacia “subsidiasse” o aluguel de seu apartamento. Guimarães, que também foi vice-presidente do TRT, passou dez anos pagando a bagatela de R$ 200 reais por um apartamento de luxo em Lourdes, um dos bairros mais caros de Belo Horizonte. Os 380 metros quadrados em que o desembargador morou entre 2001 e 2011, hoje, não sairiam por menos de R$ 8 mil por mês, em média. Em troca, o escritório Vilhena&Vilhena tinha a segurança de contar com a mão amiga do magistrado.

Saldo da corrupção

A jornalista Nayara Felizardo, que assina a matéria, disse que chegou a uma lista com 140 processos administrativos disciplinares instaurados pelo CNJ desde a sua criação, em 2005. Mais de um terço deles está relacionado a algum tipo de corrupção e exatos 21 tratam da tal venda de sentenças, envolvendo 7 juízes e 14 desembargadores.

Dos 21 que constam no levantamento, 11 foram obrigados pelo Conselho a se aposentar. Contudo, a medida está longe de ser uma punição de fato. Só em junho deste ano, o desembargador Cunha, aquele que vendeu uma sentença por R$ 400 mil, recebeu brutos R$ 45,7 mil como membro inativo do Tribunal de Justiça da Bahia; já o juiz José de Lira, que trocava liminares por meros R$ 750 no Ceará, ganha cerca de R$ 30 mil brutos por mês, o triplo do que recebia há 12 anos quando era juiz da comarca de Ceará-Mirim; o desembargador Antônio Guimarães, do TRT mineiro, vive com R$ 37 mil brutos mensais mesmo depois de ter sido descoberto que um escritório de advocacia pagava seu aluguel; o juiz José Pereira, do Pará, após ser condenado por cobrar R$ 70 mil por um habeas corpus,  ganha quase R$ 25 mil por mês. O ex-corregedor Jovaldo Aguiar é quem tem o rendimento “mais humilde” – R$ 13 mil por mês de aposentadoria da justiça do Amazonas, mesmo depois de ter dado um calote em um advogado que havia comprado uma decisão a ele. Em média, os juízes e desembargadores investigados pelo CNJ por venda de sentenças recebem R$ 32 mil por mês de aposentadoria.

Você também pode gostar desses conteúdos

Rafael Brito aprova projeto que cria pré-vestibular para alunos de escolas públicas
Sem categoria

Rafael Brito aprova projeto que cria pré-vestibular para alunos de escolas públicas

por Redação
11 de junho de 2025
MP e Procon constatam atendimento precário do Itaú no Centro de Maceió
Sem categoria

MP e Procon constatam atendimento precário do Itaú no Centro de Maceió

por Redação
11 de junho de 2025
Polícia investiga acidente com operários que caíram do 7º andar de prédio
Sem categoria

Polícia investiga acidente com operários que caíram do 7º andar de prédio

por Redação
11 de junho de 2025
Braskem vai recorrer de liminar para não indenizar novos afetados
Sem categoria

R$ 4,2 bilhões: Braskem passa de 19 mil indenizações pagas às vítimas em Maceió

por Redação
11 de junho de 2025
Petistas de AL celebram decisão que tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe
Sem categoria

Paulão diz que Bolsonaro tenta “manobra vergonhosa” para escapar da cadeia

por Redação
11 de junho de 2025

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

banner-site
banner-site
Próximo Post

Campanha Maceió Rosa promove doação de lenços

Prefeitura de Maceió continua a atrasar Plano Diretor e estipula novo prazo

Prefeitura de Maceió continua a atrasar Plano Diretor e estipula novo prazo

10 de junho de 2025
Ato em Maceió defende mandato de Glauber Braga e ataca Arthur Lira

Ato em Maceió defende mandato de Glauber Braga e ataca Arthur Lira

9 de junho de 2025

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Sem categoria

Rafael Brito aprova projeto que cria pré-vestibular para alunos de escolas públicas

11 de junho de 2025
Sem categoria

MP e Procon constatam atendimento precário do Itaú no Centro de Maceió

11 de junho de 2025
Esporte

Aos 39 anos, Marta está na Seleção Brasileira que disputará a Copa América no Equador

11 de junho de 2025

REDAÇÃO

(82) 98898-7444

folhadealagoas@gmail.com

ARQUIVOS

Disponível no Google Play

© 2021 | Folha de Alagoas.

Sem resultados
Exibir todos os resultados
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO

© 2021 | Folha de Alagoas.

Utilizamos cookies essenciais e outras tecnologias semelhantes, ao continuar navegando, você concorda essas e outras condições de nossa Política de Privacidade e Cookies.