Bolsonaro quer militares contra invasão no campo; campanha presidencial teve mais gastos

Os principais jornais do país destacam o anúncio do presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (25), de sua pretensão em apresentar projeto de lei para liberar ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em reintegração de posses em áreas rurais. Com a medida, o objetivo é liberar o uso de forças federais, como Exército e Polícia Federal, para retirar invasores de propriedades rurais.

Em um de seus destaques, O Estado de S. Paulo explica que o gesto do presidente é um aceno aos proprietários rurais, numa tentativa de não desagradá-los. De acordo com o presidente, a ideia é que o chefe do Executivo tenha a possibilidade de determinar a ação após uma decisão da Justiça.

Segundo Bolsonaro, os governadores estaduais atrasam retomadas de áreas rurais, mesmo com decisão judicial. “Como sempre os governadores protelam [no cumprimento de decisão da Justiça]”, disse o presidente.

O Estadão lembra que, na noite desta segunda-feira (25), o presidente ainda anunciou que enviará ao Congresso um projeto de lei que garanta ao morador armado reagir contra quem invadir sua propriedade, seja em âmbito rural ou urbano.

O Globo informa que parlamentares do centrão e de outras legendas criticaram os anúncios de Bolsonaro sobre o uso da GLO e avaliam derrubar o projeto. Ao comentar a resistência de políticos, o presidente disse que o uso da medida não é uma “ação social”.

“A GLO não é uma ação social, chegar com flores na mão. Tem que chegar para acabar com a bagunça”, afirma Bolsonaro ao dizer que “raramente” irá decretar essa operação.

Em sua conta no Facebook, Bolsonaro escreveu que “a tropa da GLO não é para fazer relações públicas, ela vai se impor, conter ações terroristas, depredação de bens, queima de ônibus, evitar que inocentes morram”. Segundo o presidente, “para enfrentar a esses marginais é que se faz necessário o excludente de ilicitude”.

CAMPANHA ELEITORAL

A Folha de S.Paulo, que também destaca o o uso de GLO no campo em sua edição, revela em sua reportagem principal que a campanha presidencial de Bolsonaro em 2018 custou mais do que o que foi declarado por ele à Justiça Eleitoral.

A informação foi obtida a partir de uma análise detalhada de centenas de notas fiscais que integram a prestação de contas eleitorais de 27 diretórios estaduais do PSL (agora ex-partido de Bolsonaro).

Os documentos também demonstram que a campanha foi financiada em parte por dinheiro público, recurso que Bolsonaro sempre negou ter usado para se eleger.

Segundo a Folha, os documentos revelam que R$ 420 mil foram usados para a confecção de 10,8 milhões de santinhos, adesivos, panfletos e outros tipos de materiais para a campanha de Bolsonaro, isoladamente ou em conjunto com outros candidatos do PSL. Parte desse dinheiro, de acordo com o matutino paulista, é público, do fundo eleitoral.

Esses R$ 420 mil representam 17% do total declarado pelo presidente à Justiça como gasto de campanha, que custou ao todo R$ 2,46 milhões. “Campanha de Bolsonaro foi mais cara que o declarado”, revela a manchete da Folha.

MUTIRÃO DOS BANCOS

Em seu título principal, o Globo mostra que os maiores bancos brasileiros vão fazer um mutirão, entre os dias 2 e 6 de dezembro, para renegociação de dívidas, com promessas de descontos de até 92% aos consumidores.

Segundo o matutino carioca, a iniciativa é fruto de um acordo entre o Banco Central e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O objetivo final é reduzir o endividamento das famílias brasileiras e estimular a retomada de crédito em um cenário de juros baixos.

A ação também coincide com o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário, que deverá ser depositado até o próximo sábado (30).

Especialistas ouvidos pelo jornal acreditam que, apesar dos possíveis benefícios aos trabalhadores, o movimento é “tímido” para uma economia que enfrenta desemprego elevado e investimento baixo. “Bancos vão fazer mutirão para renegociar dívidas”, informa a manchete do Globo.

‘PARALISIA NO MEC’

Em seu texto principal, o Estadão destaca que um levantamento feito por comissão da Câmara nas ações do ministério da Educação (MEC) indica paralisia no planejamento e na execução de políticas públicas em áreas de atuação da pasta.

Segundo o matutino paulista, a Política Nacional de Alfabetização – única meta do ministério comandado por Abraham Weintraub para a Educação nos primeiros 100 dias do governo – não chegou a resultar em nenhum plano de ação detalhado.

De acordo com o Estadão, é a primeira vez que um grupo é formado no âmbito do Legislativo para averiguar o trabalho de um ministério. No relatório da comissão, com 265 páginas, os parlamentares escrevem que “o diagnóstico é assolador e mostra que a fragilidade do planejamento e gestão do MEC afetou diretamente a formulação e a implementação das políticas educacionais”. “Radiografia feita pela Câmara indica paralisia no MEC”, diz a manchete do Estadão.

G1/Matheus Leitão

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