A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (29) mandados de busca e apreensão nos escritórios de advocacia do ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha e do filho dele em São Paulo e em Brasília. As buscas e apreensões de materiais foram acompanhadas por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), conforme determina a lei.
As buscas foram determinadas pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo e integram uma nova fase da Operação Appius, que apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. No início de novembro, a PF cumpriu buscas na casa de Asfor Rocha em Fortaleza, no Ceará.
A TV Globo e o G1 questionaram a assessoria de imprensa do ex-presidente do STJ Asfor Rocha várias vezes por ligações telefônicas e mensagens por aplicativo de texto entre as 8h30 e 9h23 desta sexta-feira sobre o caso e aguardam retorno. Até o momento, eles não se pronunciaram. A investigação corre em segredo de justiça.
O Ministério Público Federal (MPF) informou que as buscas nos escritórios de Asfor Rocha nesta sexta se justificam agora “porque a investigação é voltada à apuração de indícios de cometimento de crime pela própria pessoa do advogado responsável pelo escritório alvo”. Segundo o MPF, nas buscas feitas na casa do ex-presidente do STJ em novembro, não foram encontrados computadores, o que foi caracterizado “uma circunstância atípica” e que “denotação de possíveis ações de ocultação de elementos relevantes à apuração”.
O inquérito policial da Operação Appius teve origem a partir de informações obtidas em uma colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci Filho e investiga o pagamento de propina por parte de uma empreiteira a agentes públicos para anular a Operação Castelo de Areia, realizada em 2009.
A Operação Castelo de Areia foi deflagrada em 2009 pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF) e apurava os crimes de fraude à licitação, corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros, praticados por representantes de uma empreiteira e políticos para obtenção de contratos públicos. Em 2011, a operação foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em 7 de novembro, quando a PF realizou buscas na casa de Cesar Asfor Rocha, a assessoria dele disse que “o ex-ministro Antonio Palocci dissemina mentiras com base no que diz ter ouvido falar e que, por falta de consistência e de provas, essa mesma delação foi recusada pelo Ministério Público Federal”
A assessoria também disse que, “além de ações cíveis por danos causados à sua imagem e a do escritório, o ex-ministro Cesar Asfor Rocha vai registrar notícia crime na Procuradoria Geral da República e mover ação penal contra Palocci, a quem se refere como delinquente”.
G1