Nos Estados Unidos, senadores dos partidos Republicano e Democrata e a Casa Branca chegaram na madrugada desta quarta-feira (25) a um acordo sobre um plano federal de estímulos de US$ 2 trilhões (R$ 10,2 trilhões) para aliviar as consequências da pandemia do coronavírus sobre a economia do país. O pacote deverá auxiliar trabalhadores, empresas e o sistema de saúde.
“Por fim, temos um acordo”, afirmou o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, antes de citar um “nível de investimentos de tempos de guerra”.
O acordo, porém, ainda precisa ser afinado e detalhado. O pacote de estímulo poderá ser o mais amplo da história moderna americana. Ele deverá entrar em vigor em alguns dias.
Senado e Casa dos Representantes precisam aprovar a legislação antes de enviá-la à sanção do presidente Donald Trump.
O pacote prevê remuneração direta à maioria dos americanos, ampliação de benefícios de seguro-desemprego, dinheiro para estados e um programa de US$ 367 bilhões (R$ 1,87 trilhão) para pequenas empresas poderem remunerar funcionários que precisam ficar em casa para conter o contágio do coronavírus no país.
A maratona de negociações envolveu senadores republicanos e democratas e a equipe do presidente Donald Trump.
O pacote quase não saiu porque legisladores democratas insistiram numa proteção mais ampla de trabalhadores e apontaram que um novo fundo de US$ 500 bilhões para auxiliar empresas em dificuldades devido à crise havia sido ignorado. Os democratas chegaram a barrar o acordo duas vezes, pedindo mais concessões.
Os democratas desejavam uma supervisão maior dos empréstimos para as grandes empresas, além do pagamento de salários para os funcionários demitidos e mais recursos para os hospitais.
Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes e líder democrata, declarou na terça-feira que “muitos dispositivos foram enormemente melhorados”.
Ela deu a entender que o plano poderia ser aprovado por unanimidade na Câmara, o que pouparia tempo ao eliminar o debate e não exigiria que os legisladores, atualmente em recesso, retornassem a Washington para votar em meio à crise de saúde.
Reação dos mercados
Após o anúncio do acordo, a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 8,04%, enquanto os preços do petróleo também se recuperavam na Ásia.
Na terça-feira (24), o otimismo sobre o plano de resgate americano teve um forte impacto positivo nos mercados. Em Wall Street, onde as ações perderam um terço do valor desde fevereiro pela crise de saúde, o índice Dow Jones fechou em alta de 11,4%, o maior aumento percentual diário desde 1933.
Covid-19 nos EUA
Desde o primeiro caso nos Estados Unidos em janeiro, o novo coronavírus matou 796 pessoas, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins.
Mais de 55.000 pessoas foram infectadas no país.
Para evitar contágios que poderiam provocar o colapso dos hospitais, 100 milhões de pessoas, quase um terço da população, receberam determinações para permanecer em suas casas, provocando a suspensão de aulas, o fechamento de milhares de estabelecimentos comerciais e a demissões de milhões de trabalhadores.
Três congressistas foram diagnosticados com a COVID-19 e pelo menos 10 estão em quarentena, impedidos de votar.
G1