A recomendação é ficar em casa durante a pandemia da Covid-19, mas, se for preciso sair, não vai ser difícil encontrar pessoas utilizando máscaras descartáveis. Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a utilização dessas peças faciais filtrantes em cidadãos que não apresentem sintomas relacionados à virose. Ou seja, a utilização desnecessária pode prejudicar a saúde dos profissionais que necessitem do equipamento, que está escasso no mercado.
O alerta é do Hospital Geral do Estado (HGE), que, mesmo não sendo referência no tratamento do novo Coronavírus, necessita manter o estoque de máscaras para assegurar a saúde dos profissionais e dos que chegam com quadro de doença crônica ou de gripe. Para isso, a Gerência da unidade tem adotado como rotina, a entrega racional do equipamento e apelado a toda sociedade que evite desperdícios e desvios de finalidade.
“Evidências da OMS demonstram que o uso de máscaras faciais só demonstra eficácia na proteção de pessoas que assistem doentes. Desse modo, a recomendação aos demais é lavar constantemente as mãos com água e sabão (reservando o uso álcool em gel somente para quando isso não for possível), fugir de ambientes com aglomeração de pessoas, evitar o contato desnecessário e praticar a etiqueta respiratória (ao tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um lenço – em seguida, jogar fora o lenço e higienizar as mãos)”, ressaltou o pneumologista Luiz Claudio Bastos.
A OMS também recomenda que as máscaras faciais sejam utilizadas em cidadãos que apresentem sintomas de doenças respiratórias e pessoas que prestem atendimento a esses doentes (incluindo familiar). Entretanto, reconhece que nenhuma medida preventiva é 100% eficaz, mas a soma de todas elas pode reduzir as chances de disseminação do vírus.
Além disso, o médico destaca que não adianta vestir a máscara e não saber o modo correto de utilizá-la.
“A pessoa pode ser infectada tocando na máscara contaminada usada e levando as mãos até as mucosas, como: olhos, boca e nariz. Isso pode acontecer se não souber como tirá-la corretamente, se não respeitar o período de validade do fabricante e se não descartar corretamente no lixo. Se não tiver esses cuidados, alinhados aos outros já mencionados, pouco estaremos fazendo evitar o contágio de mais pessoas”.
Aos profissionais de saúde, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira indica máscara cirúrgica somente aos que realizam a triagem e assiste pacientes que não apresentam risco de contaminação por aerossol. Já o avental, os óculos ou protetor facial e as luvas são indicadas para coletas, assistência com e sem risco de contaminação pelo ar e atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). E para todos, sem exceção, a recomendação é higienizar sempre as mãos: antes e depois da realização de qualquer intervenção.
Assessoria