Leonardo Ferreira
Após a Prefeitura de Maceió anunciar a redução da tarifa de ônibus para R$ 3,35, as empresas do transporte público responderam que entendem a necessidade de uma passagem mais barata à população, mas que necessitam de “retribuição monetária urgente” para conseguir manter o equilíbrio das contas e continuar a prestação de serviços, evitando um “colapso”.
A tarifa foi reduzida de R$ 3,65 para R$ 3,35 e começa a valer a partir desta segunda-feira (25). O prefeito JHC falou sobre o assunto durante toda a campanha e quis cumprir a promessa já no início de mandato. O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb), por nota, revelou que, com a pandemia da Covid-19 e a redução de passageiros, as empresas estão com dificuldades para pagar os salários dos funcionários e outros itens que mantêm o serviço funcionando.
“As empresas esperam que a Prefeitura de Maceió, através de seu novo Gestor, cumpra o compromisso de promover o equilíbrio econômico-financeiro de suas concessionárias, enaltecendo seus munícipes através de desonerações, subsídios com reduções de custo ao setor”, completa a nota.
Paralisações
Se as empresas estão com dificuldades de arrecadação, os trabalhadores reclamam de cortes em benefícios. O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários (Sinttro) anunciou que a partir desta terça-feira (26), haverá atraso na saída dos ônibus da garagem como forma de protesto.
Segundo a categoria, além das restrições de direitos, os funcionários não têm reajuste desde 2019, exatamente o último ano em que as empresas conseguiram a aprovação do aumento da tarifa, que foi congelada em 2020 e agora teve o valor reduzido.
A previsão é que cada empresa atrase a saída em dias variados, voltando a circular às 7h da manhã. Na terça-feira, a São Francisco; quarta-feira, Cidade de Maceió; quinta-feira, Real Alagoas; e na sexta-feira (29), a Veleiro.
Sobre o assunto, o Sinturb disse que perdeu em média 50% dos passageiros com a pandemia e que vem fazendo o possível para honrar os compromissos.
“O Sinturb enxerga a greve como ilegal em um período delicado para as empresas. Uma possível paralisação trará ainda mais prejuízos para o setor, dificultando o funcionamento do serviço e o fechamento de contas”, rebateu.
Em relação a esses impactos negativos, JHC disse que vai acompanhar todos os desdobramentos da situação, mas acredita que, diante da ampliação de 10 linhas de ônibus, o faturamento das empresas deve melhorar e, consequentemente, as condições dos trabalhadores do setor ficarão mais estáveis.