Duas vezes finalista da Copa do Nordeste. Dois anos no comando das equipes que fizeram mais gols entre todas as séries do Campeonato Brasileiro. Times propositivos e ousados que entraram para a história no clube. Foram assim o Ceará de 2014 e o Bahia de 2015 no comando do técnico Sérgio Soares.
“Era uma equipe que buscava o gol a todo momento, mesmo fora de casa. Foram muitos gols, empolgou a torcida pela agressividade e deixou saudade”, lembra Jayme Brandão, hoje gerente de Futebol do Bahia. No Tricolor de Aço foram 100 gols e 52,8% de aproveitamento em todas as competições. Já no Ceará, 59,59% de aproveitamento em 2014, com 120 gols marcados.
Sérgio Soares se emociona ao falar da disputa das Copas do Nordeste. “O nordestino é extremamente apaixonado pelo futebol. Dá pra gente sentir essa paixão. Aquele torcedor com o radinho na mão na arquibancada. Todo esse clima é o grande charme da competição”, conta.
O treinador sabe que conseguiu impor um novo modelo de jogo nas equipes e isso fez diferença naqueles times. Foi assim que, no Bahia, passou da primeira fase da competição após dois anos e que fez com que o Ceará encarasse o Internacional no Beira-Rio, pela Copa do Brasil, de igual pra igual. “A mudança de conceito tem efeito até hoje, mas os treinadores acostumados ali predominam a marcação individual, os times mais reativos”, entende o comandante.
A visibilidade e o alcance da Copa do Nordeste fizeram a competição superar, até, os torneios estaduais. Ainda mais com a vaga que o campeão garante na Copa do Brasil. E, na disputa regional, todos os confrontos viram clássico. “Algumas equipes que não tem o aporte financeiro das que estão na série A, por exemplo, têm um grande peso. O Campinense tem torcida imensa e sempre incomoda. O Botafogo e o Treze são a mesma coisa e, jogando em casa, se equiparam a Bahia, Ceará, Fortaleza, Sport “.
Para Sérgio Soares, o CSA, que brigou até a última rodada para subir para a Série A do Brasileiro, chega naturalmente com força. “Ainda assim não é fácil encarar o CRB, o Santa Cruz no Arruda, o Náutico nos Aflitos. É tudo clássico, por mais que tenha superioridade técnica”.
No Ceará, a proposta ofensiva era em qualquer competição. “Um comportamento que já vinha acontecendo e percebi que os adversários se preocupavam. Os 5 a 1 em cima do Vitória, no PV, foi uma aula de futebol”.
No tricolor baiano, Sérgio Soares conta que a ideia inicial era apenas passar da primeira fase. “Na minha cabeça, o planejamento era pra ser digno do tamanho do Bahia, chegar muito mais longe, e conseguimos a classificação com uma rodada de antecedência”.
A partida entre Bahia e Sport, em 2015, na Fonte Nova, é destacada pelo treinador como um dos melhores jogos da competição. “Disputada, com nível, qualidade. Era uma busca por alternativas para furar o bloqueio, estratégia, todo um componente emocional digno de uma semifinal”.
Assessoria