Redação
Alagoas está sendo alvo de uma megaoperação, deflagrada na manhã desta quinta-feira (25), com o intuito de desarticular organização criminosa voltada para a prática de crimes de “pirâmide financeira”, crimes contra relações de consumo e de lavagem de dinheiro. A ação foi desencadeada pelo Ministério Público de Minas Gerais, em parceria com o Ministério Público alagoano e outros órgãos.
A apuração, iniciada em maio de 2020, recolheu indícios de que, através dos sites “Aprenda Investindo” e “Investing Brasil”, centenas de pessoas, na expectativa de realizar investimentos financeiros, foram direcionadas para as corretoras “VLOM” e “LBLV”. Assim, as vítimas realizavam transferências bancárias para diversas pessoas jurídicas e os valores não eram revertidos no desejado investimento. Ao contrário, o dinheiro das vítimas, conforme apurado até o momento, era convertido em “Bitcoins” e em bens de alto valor.
Estima-se que, entre os anos de 2019 e 2020, o número de vítimas seja superior a mil e quinhentas pessoas, as quais teriam perdido a quantia de aproximadamente R$ 60 milhões.
Com o apoio do Ministério da Justiça, Polícia Civil de Goiás, Ministérios Públicos dos Estados de Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Bahia, Alagoas, Goiás, Maranhão, Rondônia, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e respectivas forças policiais dos Estados, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão.
Os mandados estão sendo cumpridos em cinco estados: Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia e Goiás.
De acordo com o Gaeco, nenhum dos mandados está sendo cumprido em Minas Gerais. No estado existem várias vítimas da organização criminosa. Uma delas, residente em Pouso Alegre, na Região Sul, fez a denúncia que motivou a investigação.
Dois carros de luxo, entre eles uma Lamborghini avaliada em R$ 2,5 milhões, foram apreendidos no início da manhã.
No total, participam da operação 26 Promotores de Justiça, 42 servidores dos Ministérios Públicos, 19 Delegados de Polícia, 91 Agentes da Polícia Civil, 30 Policiais Militares, um perito e nove Policiais Rodoviários Federais.
Após o encerramento das diligências será divulgado o número de pessoas efetivamente presas, inclusive em razão de flagrante, e dos bens apreendidos para reparação dos danos causados às vítimas.
O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (CAO-ET) e a Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber), do MPMG, também participam dos trabalhos.