Redação
Após todo o imbróglio que teve até decisão judicial, o eleito presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD), escolheu o senador alagoano Renan Calheiros (MDB) como relator da comissão. Em seu primeiro discurso, Renan disse que não fará perseguição, mas é preciso punir os responsáveis pela omissão que vem causando mortes.
“O país tem o direito de saber quem contribuiu para as milhares de mortes, e eles devem ser punidos imediata e emblematicamente”, disse o senador.
No caso, a CPI será responsável por apurar ações e omissões do governo federal e eventuais desvios de verbas federais enviadas aos estados para o enfrentamento da pandemia. O cargo de vice-presidente ficou com Randolfe Rodrigues (Rede).
“Não estamos aqui para maquinar ações persecutórias, não estamos aqui diante da atenção integral da nação e do mundo, para blindar, engavetar, tergiversar ou procrastinar. Tudo será investigado, como exige a Carta democrática, de maneira transparente, acessível”, lembrou em outro trecho.
Com quase 400 mil mortes por Covid-19 no Brasil, o senador ainda afirmou que a CPI será baseada na ciência, para combater o “negacionismo” de muitos, e que não liga para “intimidações” sofridas.
“Nossa cruzada será contra a agenda da morte. Contrapor o caos social, a fome, o descalabro institucional, o morticínio, a ruína econômica e o negacionismo não é uma predileção ideológica ou filosófica, é uma obrigação democrática, moral e humana. Os inimigos dessa relatoria são pandemia e aqueles que, por ação, omissão, incompetência ou malversação, se aliaram ao vírus e colaboraram com o morticínio”, afirmou o emedebista.
Lava Jato
Um dos principais alvos da Operação Lava Jato, Renan Calheiros, crítico ferrenho da investigação, ainda aproveitou para cutucar os antigos membros da força-tarefa.
“Não somos discípulos de Deltan Dallagnol nem de Sérgio Moro. Não arquitetaremos teses sem provas ou power points contra quem quer que seja”, contou sobre a condução da relatoria da CPI.