Sputnik: fabricantes de vacina pretendida por Alagoas vão processar Anvisa por “informações falsas”

Leonardo Ferreira

Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vetar a importação da Sputnik V, que seria comercializada com diversos estados, incluindo Alagoas, por falta de comprovações que atestem a segurança do imunizante russo, os fabricantes da vacina informaram que vão processar a agência brasileira em razão de “espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente”.

Depois da divulgação do fato, o diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, se pronunciou sobre o assunto. Segundo comunicado, Torres afirmou que os problemas foram apontados a partir da documentação enviada pelos russos. Mas que está aberto para receber novos dados, como o relatório técnico, para que possam aprovar a utilização emergencial da vacina.

Na terça, diante da negativa, o governador Renan Filho lamentou a situação e contou que vai continuar lutando para importar a Sputnik, que teria 91,6% de eficácia, conforme estudos de revistas científicas.

“Com todo respeito à Anvisa, devo expressar também minha estranheza ao veto. A Sputnik, já aprovada e agora mesmo aplicada em dezenas de países, tem ainda o aval do próprio Comitê Científico do Nordeste”, disse o governador de Alagoas.

“Não posso sequer imaginar que a questão esteja sendo politizada, seria inaceitável. Continuarei lutando para trazer a Sputnik V. A população precisa de vacina, principalmente de agilidade do governo federal para fazê-la chegar ao braço das pessoas”, completou RF, na declaração.

Com o fluxo baixo de chegada de novas doses, Alagoas recebeu, nesta quinta, quase 67 mil doses, a maioria de AstraZeneca/Oxford. Devido a pouca quantia de Coronavac desembarcando, alagoanos já estão em atraso para tomar a segundo dose do Butantan, situação registrada em Maceió, Arapiraca e outros municípios.

Quando o projeto de lei autorizando o Estado a adquirir vacinas foi sancionado, a expectativa do governo era receber as primeiras doses ainda em abril, mas sem a permissão, o prazo fica indefinido e, por conta do impasse, não há nenhuma certeza que a autorização vai acontecer. Para a compra, estão previstos gastos na faixa dos 21 milhões de dólares, segundo o próprio governador.

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