Redação
O desfile militar de blindados com a presença do presidente Jair Bolsonaro gerou forte repercussão em Brasília nesta terça-feira (10). Dos alagoanos, o senador Renan afirmou que Bolsonaro está em desespero. A oposição também se articula para pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira, para votação da PEC do voto impresso.
“O comportamento belicoso desestabilizador de Bolsonaro configura método já visto em outros ladridos ditatoriais. Ele vive o desespero de estar em processo irreversível de baixa popularidade. O Congresso precisa sair do imobilismo para não continuar batendo palma para doido”, afirmou Calheiros.
No início da manhã o parlamentar já havia se manifestado, chamando Bolsonaro de pirado. “Prefiro acreditar que as Forças Armadas obedecem à hierarquia e não precisam exibir força para animar as pirações de Bolsonaro. Também prefiro acreditar na altivez da Câmara e do Senado. Seus presidentes não devem se prestar ao papel de bater palmas para doido dançar”, disse.
Siglas de oposição (PSB, PCdoB, PDT, PT, REDE, PSOL) emitiram nota afirmando que o desfile é uma tentativa de constrangimento ao Congresso Nacional, assim como tem caráter antidemocrático e golpista.
Já o senador Omar Aziz, que preside a CPI da Covid, afirmou: “Bolsonaro imagina com isso estar mostrando força, mas na verdade está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção […] Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe contra a nossa democracia. As instituições, com o Congresso à frente, não deixarão que isso aconteça. A democracia tem instrumentos para defender a própria democracia contra arroubos golpistas.”
PEC do Voto Impresso
Os representantes das legendas de oposição estão se articulando para falar com todas as lideranças de siglas de centro e de centro-direita para que a PEC não seja apenas derrotada, mas para que sofra um revés por larga margem de votos. A ideia com isso é a de dar uma resposta ao desfile militar realizado em Brasília nesta terça, visto como uma tentativa de intimidação por parte de Bolsonaro, principal defensor da PEC.
A PEC precisa de ao menos 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação, para ser aprovada na Câmara. Depois, seguiria para o Senado, onde precisaria do aval de pelo menos 49 dos 81 parlamentares, também em dois turnos. Se aprovada nas duas Casas, a PEC é promulgada, sem necessidade de sanção presidencial.
com Agências