Por Leonardo Ferreira
O presidente do diretório municipal do PDT de Maceió, Judson Cabral, em entrevista sexta (20) para o Jornal da Mix, FM 97,7, comentou sobre as perspectivas visando às eleições de 2022 e esclareceu recentes polêmicas envolvendo o partido.
O ex-deputado afirmou que existe, sim, a chance de JHC concorrer ao Governo de Alagoas, o que faria o vice-prefeito Ronaldo Lessa assumir o Executivo da capital. Ressaltou, porém, que é muito cedo para qualquer decisão, porque ainda tem o nome de Rodrigo Cunha, além da incerteza se o govenador Renan Filho vai concorrer ao Senado.
“É prematuro fazer essa aposta, mas existe a perspectiva, ainda mais pela dinâmica do prefeito ao longo da sua trajetória política, que contagia principalmente o eleitor jovem. Na verdade, ele está bem em todos os cenários”, disse Cabral à Folha/Mix, em referência às pesquisas eleitorais que apontam JHC bem cotado ao governo em 2022.
Citando que a experiência de Lessa seria muito positiva, Judson disse que o xadrez político ainda está sendo jogado. Ele também não descartou concorrer ao Legislativo: “Como minha participação na política é vocacional e de construção, estou sempre à disposição para a boa causa”.
“É uma das alternativas. Porém, a princípio, nesse grupo que consolidou JHC na prefeitura, temos o senador Rodrigo Cunha, outro jovem, que aspira ao Governo do Estado. Então, lógico, o grupo quando chegar o momento, precisará tomar a decisão, mas são cenários que se apresentam e nesse o PDT seria contemplado em assumir a prefeitura, o que seria bom para a sigla e para o Ciro Gomes”, afirmou.
“Então, o vento sopra a favor dessa construção e da base. Mas volto a reafirmar: não é uma situação decidida, mas é uma discussão que está sendo feita e conduzida com cautela, porque nosso estado é muito complexo, porque temos a questão do próprio governador se vai realmente assumir a candidatura ao Senado”, completou.
Ciro Gomes presidente?
Judson Cabral também defendeu que Ciro Gomes é um grande pré-candidato, com longa trajetória e potencial. “Nas eleições passadas, Ciro foi bem votado aqui em Maceió, principalmente na ala jovem. E a juventude do PDT é convicta das ideias do Ciro, mas sabemos que não é fácil diante do cenário polarizado”.
Ele, por outro lado, não concorda com determinadas atitudes do presidenciável. “Ele se excede quando hostiliza candidatos de esquerda, o que não é bom. Não entendo que esse seja o caminho, mas Ciro é muito preparado”.
Questionado sobre a volta das coligações e o impacto nos partidos, o pedetista lamentou e classificou como “retrocesso”. “Sabemos que essas coligações fomentam as siglas de aluguel, os arrumadinhos, e quem leva vantagem aqui em Alagoas são os que estão com o poder na mão, que fazem da política instrumento de poder para dar vazão a seus interesses”.
Polêmicas e águas passadas
Após a polêmica saída de Ricardinho Santa Ritta da Secretaria municipal de Turismo, Judson Cabral admitiu que seu nome foi definido para assumir a pasta em reunião, mas o prefeito avisou a Ronaldo Lessa que queria um nome “mais técnico”. Então, Lessa indicou Patrícia Mourão, sugestão aceita por JHC.
“A principio gerou, sim, um mal-estar interno, porque havia uma expectativa e, além do mais, nunca fui um nome alheio ao Turismo, porque enquanto parlamentar fui presidente da comissão de Turismo e autor da lei que regulamentou a profissão de guia de turismo. Porém, a nomeação e a decisão final eram do prefeito. Alguns membros do partido acharam que o prefeito precisava mostrar uma posição mais clara, mas são águas passadas e faz parte da política. A Patrícia é uma grande gestora”, contou.
Sobre o imbróglio da disputa pela presidência municipal do PDT, ele afirmou que “houve excessos, porque tínhamos uma reunião marcada entre a executiva estadual e municipal, onde iriamos tentar mais uma vez o diálogo”.