O relator da CPI da Covid-19 do Senado, senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse, nesta quarta-feira (8), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “só lidera a parcela que o segue (Bolsonaro) cegamente como zumbi.” O Senador usou suas redes sociais, um dia após os protestos em apoio ao presidente, para fazer ataques e críticas a Bolsonaro.
“Comemora o desemprego, a volta da fome e a fila do osso, o aumento da comida, da conta de luz, da gasolina, boicota à vacina, espalha o vírus, ri dos enlutados e prega a anarquia militar. Felizmente são minoria”, publicou Calheiros, que figura o grupo de senadores que fazem oposição ao governo Bolsonaro na CPI da Covid-19.
A reação do senador faz coro a outros políticos que repercutiram negativamente a participação e os discursos feitos por Bolsonaro nos atos em Brasília e em São Paulo. No primeiro momento, em Brasília, Bolsonaro usou um tom um pouco mais ameno do praticado em São Paulo, onde prometeu para apoiadores que não vai mais obedecer a decisões judiciais vindas do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Apoio a impeachment será discutido
Desde cedo, lideranças dos principais partidos da situação vieram a público já admitindo abrir discussão sobre um eventual pedido de impeachment de Jair Bolsonaro.
Pela manhã, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o pronunciamento do presidente em Brasília “ era claramente afronta à Constituição”.
“Eu nunca havia feito uma manifestação pró impeachment, me mantinha na neutralidade, entendendo que os fatos deveriam ser avaliados e julgados pelo Congresso Nacional, mas depois do que assisti e o que ouvi em Brasília, antes mesmo de ouvir o que ele pronunciará aqui (em São Paulo), ele claramente afronta a Constituição, desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, afirmou.
Pouco depois, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, anunciou a convocação emergencial da Executiva Nacional do partido para esta quarta-feira (8). A reunião terá o objetivo de “discutir a posição do partido sobre abertura de Impeachment e eventuais medidas legais”.
Na mesma linha, Gilberto Kassab, líder do PSD, disse que vai instaurar uma comissão para saber se apoia ou não apoia o pedido de impeachment.
O Tempo